Jorge Messias, da AGU, é cotado para cadeira no STF

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Entre a lista dos favoritos, os governistas indicam que Lula deve fazer uma escolha pessoal. O principal parâmetro do presidente é a confiança. 

Aliados do governo já se movimentam para escolher um novo nome para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quarta (21), o Senado confirmou a indicação do advogado Cristiano Zanin, porém, agora é para substituir Rosa Weber, a então presidente do tribunal, que deve se aposentar em outubro.

O nome da vez é do atual ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias. O ministro evangélico entrou na lista de possíveis indicações do governo ao lado de Silvio Almeida, do Ministério dos Direitos Humanos, e Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública.

Na semana passada, a confirmação do advogado e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma cadeira na corte sinaliza a primeira vaga aberta no governo petista. Substituindo Ricardo Lewandowski, aposentado, Cristiano Zanin foi indicado ao cargo de ministro do STF, aprovado com 58 votos a favor e apenas 18 contrários.

De acordo com aliados, Lula deve levar em consideração os mesmos critérios já usados para a escolha da vaga de Rosa: jovem, leal, sem medo de enfrentar temas que geram desgaste na opinião pública e com quem o mandatário tenha liberdade para conversar diretamente, explica o jornal Folha de S. Paulo

Apesar dos apelos da base e dos aliados para que Lula pense em mulheres para ocupar o cargo, não há nenhuma na lista de atual favoritos. Outros nomes são os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, o ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Luís Felipe Salomão, e o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves.

Entre os cotados, os governistas apontam para Messias. Segundo eles, o ministro-chefe preenche os requisitos levantados por Lula e o fato de ser evangélico é relevante: o presidente quer manter um diálogo com esse grupo, ainda mais após as acusações falsas durante a corrida eleitoral – à época, várias fake news falavam que o petista iria perseguir os cristãos e restringir seus direitos.

Caso Jorge Messias for o escolhido, Lula faz uma sinalização a um eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também foi contemplado na escolha para o Supremo, com André Mendonça.

Os defensores dos outros nomes na lista indicam que seria interessante ao petista escolher alguém que conta com o apoio de partidos de líderes do Congresso, como um gesto político, mas o que os interlocutores apontam é que Lula irá avocar a indicação para si.

Os aliados explicam que esse movimento está ligado à decepção com os indicados do Supremo que autorizaram sua prisão e o avanço da Lava Jato. Esses fatores levaram o presidente a usar confiança como principal parâmetro de escolha e colocaram Jorge Messias no radar.

Conforme explica Andréia Sadi, do g1, Lula deve alternar entre escolhas pessoais e gestos políticos para a indicação das vagas. A previsão é que o presidente faça uma sinalização à classe política nas substituições das cadeiras do STJ e da Procuradoria Geral da República (PGR) – o atual chefe do órgão, Augusto Aras, finaliza seu mandato em setembro deste ano.

Letícia Souza:
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