O deputado federal André Fernandes (PL-CE), atualmente sob investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter incentivado os atos ocorridos no dia 8 de janeiro, agora está buscando a convocação da primeira-dama Janja para prestar depoimento na CPI que investiga tais eventos golpistas. Fernandes protocolou um requerimento de convocação, que ainda aguarda apreciação pela mesa diretora do colegiado.
A justificativa apresentada pelo deputado Fernandes se baseia em um episódio descrito no livro biográfico de Janja, esposa do ex-presidente Lula (PT), intitulado “Janja – A Militante que se Tornou Primeira-Dama”. Em um capítulo da obra, os jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo relatam que Janja estava presente ao lado do presidente quando ele recebeu uma ligação do ministro da Defesa, José Múcio.
Nessa ocasião, Múcio teria mencionado a possibilidade de empregar o Exército por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conter os manifestantes que estavam vandalizando o patrimônio público em Brasília.
“GLO não, GLO é golpe, é golpe”, teria afirmado Janja. Segundo o deputado Fernandes, o episódio descrito sugere que Janja teria exercido influência nas decisões tomadas por Lula e Múcio, o que justifica a necessidade de sua convocação para prestar esclarecimentos.
André Fernandes, autor do requerimento que resultou na criação da CPI do dia 8 de janeiro, encontra-se sob investigação do STF devido à suspeita de ter fomentado os atos golpistas. O parlamentar chegou a convocar seus apoiadores para participarem das manifestações e compartilhou uma imagem da estátua “A Justiça” vandalizada.
Desde o início dos trabalhos da CPI, a base de apoio ao presidente Lula tem obtido sucesso em aprovar a maior parte da agenda, devido à sua maioria no colegiado. Os parlamentares conseguiram a convocação de importantes figuras, como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid. No entanto, eles conseguiram bloquear a convocação do general GDias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Lula, assim como a convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino.