O relatório de avaliação dos bancos centrais do mundo inteiro aponta a necessidade de controle da inflação através do corte de gastos ou elevação de impostos.
O Banco de Compensações Internacionais (BIS, sigla em inglês), o banco central dos BCs, publicou neste domingo (25) o relatório anual com análises econômicas e recomendações aos governos mundiais.
“Apesar do maior aperto monetário da história recente, a última etapa da jornada para restaurar a estabilidade dos preços será a mais difícil”, explicou. “As taxas de juros podem ter de permanecer altas por mais tempo do que cidadãos e investidores esperavam.”
Para a organização sediada na Basileia, os governos devem aumentar os impostos ou cortar os gastos públicos como uma maneira de conter a inflação. Essa medida reduz a necessidade de novas altas de juros, alega o gerente-geral do BIS, Agustín Carstens.
“Nos anos vindouros, as economias terão de depender de reformas em oferta e demanda, mais do que de estímulos monetários e fiscais, para manter o crescimento sustentável”, diz.
Muitos políticos defendem a redução de tributos pagos pelos contribuintes. Conforme desenvolvido pelo jornal O Globo, é pouco improvável que os governos sejam a favor de medidas impopulares como o aumento dos impostos, dado o contexto de preços mais altos em diversos âmbitos econômicos.
O BIS relata que a inflação ainda não chegou ao ponto de expectativa dos economistas, apesar da sua desaceleração. Caso não haja um controle da alta dos preços, há o risco de uma crise prolongada. “Quanto mais tempo a inflação persistir, maior a probabilidade de ela se consolidar e maiores os custos de eliminá-la”, afirmou a organização.
O banco central dos bancos centrais, como é denominado o BIS, atua como um porta-voz das instituições mundiais. Para ele, os governos estão “testando os limites do que pode ser chamado de região de estabilidade”, quando a polícia fiscal permanece frouxa e a inflação e taxa de juros sobem, de acordo com a Folha de S. Paulo.
“O fardo está pesando sobre muitos ombros, mas os riscos de não agir prontamente serão maiores a longo prazo. Os bancos centrais estão empenhados em manter o rumo para restaurar a estabilidade de preços e proteger o poder de compra das pessoas”, afirmou Carstens.