Segundo o Valor, com a garantia de que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, permaneceria no cargo sem riscos, representantes do presidente procuraram o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a viabilidade do Centrão indicar um nome para liderar o Ministério do Desenvolvimento Social (MSD), responsável pelo maior orçamento da Esplanada.
A abordagem ocorreu aproximadamente há dez dias, durante uma conversa entre esses intermediários e Lira, e está previsto que ele se encontre com Lula nesta semana para retomar as discussões sobre a relação entre o Executivo e a Câmara. Será o terceiro encontro privado desde que os deputados quase rejeitaram a medida provisória de reestruturação dos ministérios.
Durante a conversa, os representantes do Palácio deixaram claro para Lira que o Ministério da Saúde, que é desejado pelos seus aliados, não será distribuído por critérios partidários em troca de apoio ao governo. No entanto, eles mencionaram a possibilidade de conceder a pasta atualmente liderada pelo ex-governador do Piauí e senador licenciado Wellington Dias (PT), responsável pelo programa Bolsa Família.
De acordo com fontes do Planalto, a proposta “ainda está sendo trabalhada” e enfrenta algumas complicações. Ainda não há uma aprovação definitiva por parte de Lula para que seja prosseguida. Além disso, Wellington Dias é um aliado de longa data de Lula, e o Estado do Piauí foi aquele que proporcionalmente deu mais votos ao presidente durante as eleições.
Caso essa movimentação ocorra de fato, a coordenação do Bolsa Família seria transferida para o Centrão. Por essa razão, a proposta enfrenta resistência tanto entre os membros do Palácio do Planalto quanto entre os petistas.
Por outro lado, se o plano for implementado, Lula estaria realizando um ajuste interno, reduzindo um ministério dentro do próprio partido, sem desagradar os demais partidos da base aliada.
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