Segundo o Metrópoles, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, age contra à independência da instituição ao persistir na manutenção da taxa de juros básica (Selic) em 13,75% ao ano, mesmo diante da desaceleração da inflação no país.
Essa é a percepção que tem sido compartilhada em conversas reservadas entre ministros do governo e líderes políticos no Congresso, incluindo aqueles que apoiaram a aprovação da autonomia do Banco Central no Legislativo.
Segundo esses ministros e parlamentares, ao insistir na manutenção de juros elevados, Campos Neto fornece munições para aqueles que se opõem à autonomia do Banco Central, afirmando que ela pode ser prejudicial para a economia.
A insatisfação em relação ao presidente do Banco Central intensificou-se na semana passada, quando, de forma contrária às expectativas, a instituição não deu indicações claras de que poderia reduzir as taxas de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em agosto.
A taxa Selic foi estabelecida pela primeira vez em 13,75% em junho de 2022. Desde então, esse nível foi mantido em sete decisões consecutivas do Copom, sendo a última delas realizada na última quarta-feira (21). Esse ciclo de aumentos na taxa de juros foi iniciado pelo Banco Central em março de 2021, quando a taxa subiu de 2% para 2,75% ao ano. Dessa forma, esse processo já se estende por dois anos e três meses.
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