A possibilidade de cassação do senador Sergio Moro (União-PR) ainda é algo distante, mas a perspectiva de uma eleição suplementar no Paraná para ocupar uma vaga no Senado tem gerado movimentações nos bastidores do PT. De acordo com informações apuradas pelo Metrópoles, o governo está considerando uma maneira de acomodar Roberto Requião. Fontes próximas ao ex-governador sugerem que um cargo no alto escalão poderia dissuadi-lo de entrar na disputa, consolidando assim a candidatura de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido, como representante da legenda.
Dentro do PT, conforme foi adiantado pelo Blog do Noblat, há uma atmosfera indicando a realização de uma espécie de “prévia” para que o partido escolha seu candidato caso Moro seja cassado. Até o momento, os prováveis concorrentes são Requião, Gleisi Hoffmann e Zeca Dirceu, deputado federal e líder do PT na Câmara dos Deputados. O ex-governador possui uma relação mais próxima com o filho de José Dirceu e guarda ressentimentos em relação à presidente do partido.
Requião tem expressado insatisfação com o PT desde as eleições de 2022, quando foi derrotado na disputa pelo governo do Paraná. Ele enfatiza aos aliados que entregou a maior votação do partido no estado, mas ficou descontente quando foi preterido na disputa pelo comando de Itaipu. Após não conseguir a presidência, foi oferecido a ele um assento no conselho da hidroelétrica, proposta prontamente recusada e rotulada como uma “boquinha de luxo”.
No caso, Requião criticou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prattes, e a cúpula do PT. Nos bastidores, acredita-se que sua mágoa em relação a Gleisi Hoffmann tenha surgido porque foi ela, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quem lhe ofereceu o cargo. Anteriormente, cogitava-se um lugar para Requião na Esplanada dos Ministérios. Por sua vez, o ex-governador demonstra entusiasmo com a ideia de concorrer ao Senado e não abrirá mão disso facilmente na “prévia” do PT.
Além disso, seu apoio seria crucial na disputa, uma vez que o candidato petista estaria concorrendo ao Senado com o candidato indicado pelo governador Ratinho Júnior, que foi reeleito com 69,64% dos votos válidos. Requião, que migrou do MDB para o PT no ano passado na tentativa de diminuir a rejeição do partido no estado, tem um papel importante nesse contexto.
Outro aspecto que valoriza o apoio de Requião a Gleisi é sua predisposição em apoiar Zeca Dirceu. O líder do PT na Câmara dos Deputados busca frequentemente o ex-governador e mantém uma boa relação com ele. Requião também menciona aos aliados que, caso não seja o candidato, considera apoiar o deputado Requião Filho, líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná.
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