Ex-delator da Operação Lava Jato, Tony Garcia, trouxe à luz um documento revelador: trecho de um relatório da Polícia Federal que evidencia a existência de um vídeo da polêmica “festa da cueca”, envolvendo o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
No relatório, que registra uma interceptação telefônica, Bertholdo afirma estar de posse da gravação.
Entretanto, Sergio Moro, ex-juiz e figura central da Lava Jato, estranhamente, não incluiu a menção ao vídeo nos autos do processo.
Diante do cenário político atual, onde a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Jato está sendo considerada, a informação se torna ainda mais crucial. Paralelamente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está em processo de “correição” no TRF-4, especificamente por causa das múltiplas alegações de irregularidades que surgiram durante a Operação Lava Jato.
É importante ressaltar que “correição” é um procedimento administrativo realizado por tribunais superiores ou entidades como o CNJ, cujo objetivo é supervisionar e garantir o correto funcionamento dos órgãos judiciários inferiores. Essa ação busca assegurar a aplicação adequada das leis e a transparência dos processos.
Por que Moro escondeu essa informação?
Essa revelação deverá suscitar novas interrogações a respeito da retidão dos procedimentos conduzidos por Moro, particularmente em relação à Operação Lava Jato.
Em entrevistas recentes, o ex-delator insinuou que Moro teria tomado posse do vídeo como uma estratégia para exercer pressão sobre os desembargadores do TRF-4. O objetivo seria usar essa gravação como uma espécie de chantagem para prevenir que eles revisassem ou anulassem suas sentenças.
Garcia apela à mídia e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que confirmem que, após a data em que Moro supostamente apreendeu o vídeo, os desembargadores do TRF-4 notavelmente diminuíram as intervenções nas decisões do juiz.