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Conflito Russo: Entenda a tensão entre o Grupo Wagner e o Kremlin

Nos últimos dias, uma crescente tensão tem tomado conta da Rússia, envolvendo o Grupo Wagner, uma empresa paramilitar privada com fortes conexões com o Kremlin. Esse embate está diretamente ligado ao conflito em curso na Ucrânia e às divergências entre o líder do grupo, Yevgeny Prigozhin, e o governo russo. Nesta reportagem, vamos explorar os […]

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Nos últimos dias, uma crescente tensão tem tomado conta da Rússia, envolvendo o Grupo Wagner, uma empresa paramilitar privada com fortes conexões com o Kremlin. Esse embate está diretamente ligado ao conflito em curso na Ucrânia e às divergências entre o líder do grupo, Yevgeny Prigozhin, e o governo russo. Nesta reportagem, vamos explorar os acontecimentos recentes, apresentar quem é Yevgeny Prigozhin e explicar a importância do Grupo Wagner nesse contexto.


O conflito e a acusação contra o governo:

A polêmica teve início quando Prigozhin, líder do Grupo Wagner, acusou o governo russo de promover um ataque contra acampamentos da organização. Essa acusação provocou uma reação imediata e contundente por parte do Kremlin, resultando em uma investigação aberta pelo Procurador-Geral da Rússia sobre a suspeita de organização de uma revolta armada por parte de Prigozhin e seus seguidores.

Quem é Yevgeny Prigozhin:

Yevgeny Prigozhin é um oligarca russo e líder do Grupo Wagner. Nascido em São Petersburgo, sua trajetória de vida é marcada por superações e controvérsias. Inicialmente, Prigozhin enfrentou problemas com a lei, tendo sido condenado por roubo e passado uma década na prisão. No entanto, após sua libertação, ele conseguiu se reerguer e tornou-se um empresário bem-sucedido e com bastante influência dentro do país, a ponto de quando Putin assumiu a presidência, em 1999, Prigozhin já era reconhecido como o “chef de Putin”. Em 2012, obteve um contrato lucrativo para fornecer refeições nas escolas públicas de Moscou. Entretanto, sua ligação com o governo russo foi além da gastronomia.

Com a anexação da Crimeia em 2014, Putin precisava sustentar a narrativa de que não havia envolvimento direto das forças armadas russas nos conflitos no leste da Ucrânia. Para isso, foi criado o Grupo Wagner, um grupo militar privado coordenado com o governo, mas formalmente independente. Prigozhin, já rico e influente, aceitou o desafio e se tornou comandante militar, expandindo sua atuação para além das operações culinárias.

Sua relação com o comando militar russo é tensa, uma vez que Prigozhin não segue a cadeia de comando tradicional. Recentemente, Prigozhin tem enfrentado atritos com o comando militar russo, que tentou impor disciplina. No contexto atual, Yevgeny Prigozhin se destaca como uma figura multifacetada, cujo papel como chef de renome se mescla com sua atuação militar e influência política.

A ascensão do Grupo Wagner:

Fundado em 2014, o Grupo Wagner é composto por mercenários, incluindo ex-soldados de elite altamente qualificados. Com ligações próximas ao Kremlin, a organização rapidamente expandiu suas operações, recrutando prisioneiros, civis russos e estrangeiros. Estima-se que o grupo tenha mais de 20 mil soldados envolvidos em combates na Ucrânia, atuando em nome do governo russo.

O nome do grupo foi dado por Dmitri Utkin, um manifesto admirador do nazismo, em homenagem ao compositor favorito de Hitler

O papel do Grupo Wagner no conflito:

O Grupo Wagner desempenhou um papel significativo nos conflitos recentes, tanto na Ucrânia quanto em outros cenários internacionais. Desde a anexação da Crimeia até a invasão russa à Ucrânia em 2014, esses mercenários foram utilizados como forças de combate, muitas vezes em batalhas cruciais. Sua presença também foi registrada em países como a Síria e na África, onde forneceram serviços de segurança para empresas russas.

A empresa paramilitar chegou a ser alvo de sanções dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE). Desde fevereiro de 2022, após a invasão russa à Ucrânia, o governo Putin tem utilizado os mercenários no conflito. O Grupo Wagner tem se tornado cada vez mais presente em batalhas importantes, como nas cidades de Bakhmut.

A tensão atual e as consequências:

O recente embate entre Prigozhin e o governo russo aumentou as tensões dentro do país. O Grupo Wagner, sob a liderança de Prigozhin, desafiou abertamente o Kremlin, o que resultou em uma investigação criminal e em atritos com o comando militar russo. Essa situação é delicada, pois o grupo tem sido uma peça-chave nas operações russas e seu desafio ao governo pode ter consequências imprevisíveis.

O líder regional de Rostov, uma área limítrofe com a Ucrânia, fez um apelo à população para que permaneçam em suas residências. Vassily Golubev solicitou que todos mantenham a calma e evitem sair de casa, a menos que seja absolutamente necessário.

https://twitter.com/spectatorindex/status/1672429434014691328?s=20

Em entrevista exclusiva feita ao cafezinho, o professor de Relações Internacionais, Tanguy Baghdadi falou sobre como essa reviravolta pode impactar a guerra.

O impacto irá depender do tamanho desse levante militar. Pois, se ficar limitado a Rostov, vai ter muito pouco efeito, no entanto, caso o Wagner for a frente com essa ameaça, o país fica dividido entre a guerra na Ucrânia e a manutenção da ordem interna, podendo prejudicar o esforço da guerra.” Disse o professor.

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Ruann Lima

Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF

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Comentários

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EdsonLuíz.

24/06/2023 - 08h57

O Grupo Wagner (Que nome pavoroso:: Grupo Wagner. E o PT, mesmo a Rússia tendo uma milícia com este nome, ajudou e ajuda até hoje a Vladimir e o ‘sputnik’ contar mentiras e dizer que o que fazem na Ucrãnia e matar nazistas).

▪O Grupo Wagner é uma milícia!
▪O Kremlin não passa de um Palácio-Quartel de milícias!

■Mas, aqui como lá::
▪O anterior presidente, Bolsonaro, é associado a milícias;
▪O presidente atual, Lula, é condenado como corrupto e seu esquema não passa de uma milícia para corrupção.


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