O governo brasileiro está confiante de que o Mercosul poderá apresentar uma resposta formal à carta adicional da União Europeia (UE) em julho, buscando impulsionar o acordo comercial entre as duas partes.
Uma oportunidade para isso será a reunião de cúpula entre a UE e a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac), que ocorrerá no próximo mês na Bélgica.
A estratégia do Brasil, que ainda precisa ser discutida e acordada com os demais membros do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai), visa reduzir os custos para os exportadores nacionais atenderem às novas exigências ambientais dos europeus. Isso será feito sem abrir mão da possibilidade de contestar eventuais regulamentações na Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Além de discutir os aspectos presentes no documento que eles apresentaram [em março], nós também temos as nossas demandas”, disse a secretária de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres, em entrevista concedida ao Valor na sexta-feira.
No mesmo dia, durante um evento ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à postura da União Europeia nas negociações.
“Estou doido para fazer um acordo, mas não é possível que a carta adicional que foi feita pela União Europeia não permita que se faça um acordo”, disse Lula em Paris na ocasião. “Não é possível que a gente tenha uma parceria estratégica e que haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como vamos resolver isso?”