Em meio ao início do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode resultar em sua inelegibilidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que a eleição de 2022 é “uma página virada”. Durante um evento do PL Mulher em Rondônia, no sábado, Bolsonaro participou por meio de uma vídeochamada e convocou as mulheres filiadas ao partido a se candidatarem a vereadoras nas próximas eleições.
Para Bolsonaro, é chegada a hora de pensar no futuro, mesmo diante do próximo dia de julgamento no TSE, agendado para a próxima terça-feira, que pode impedi-lo de concorrer nas eleições vindouras.
“Nas eleições do ano passado, tive uma aceitação enorme junto ao povo brasileiro. Costumo dizer que a minha popularidade era, no mínimo, o dobro do que foi em 2018, mas isso é uma página virada. Vamos pensar no futuro. Nossa bandeira é a defesa da propriedade privada. Na política, a base é o vereador, e por isso peço que as mulheres estejam conosco, concorrendo nesse estado. É dessas candidaturas que surgirão futuros líderes”, afirmou o ex-presidente durante o evento.
Na sexta-feira, Bolsonaro mencionou que está considerando se candidatar a vereador no Rio de Janeiro, caso esteja elegível. Ele enfatizou que não vê problema em buscar esse cargo e que até se sentiria rejuvenescido, uma vez que a vereança é geralmente destinada aos mais jovens e é considerada o primeiro degrau na política.
Caso a intenção de Bolsonaro se concretize, o PL pretende apresentá-lo como um “injustiçado” que foi retirado da corrida eleitoral por representar uma ameaça à reeleição de Lula. O partido busca seguir o modelo adotado pelo próprio petista, que foi preso em 2018, ficou fora das eleições daquele ano, mas manteve-se presente no debate político e conseguiu se recuperar ao conquistar seu terceiro mandato em 2022.
O colegiado do TSE analisará uma ação apresentada pelo PDT que trata de uma reunião realizada em 2022 com embaixadores, na qual Bolsonaro questionou a lisura do processo eleitoral sem apresentar provas. A Procuradoria-Geral Eleitoral pediu a declaração de abuso de poder político e, em parecer, alega que o ex-presidente mobilizou a população contra as urnas e se beneficiou do Estado para fins pessoais.