O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, alertou que os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro foram um sinal alarmante de que o país esteve à beira de uma ruptura institucional. Na ocasião, manifestantes invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, incitando um golpe de Estado. “Como testemunha ocular tanto no TSE quanto no STF, posso afirmar que estivemos muito próximos de uma ruptura institucional.
Todos os indícios que tínhamos à nossa frente apontavam para isso. Houve questionamento do sistema eleitoral, ataques aos ministros do TSE e do STF, além de dificuldades enfrentadas pelos ministros em suas viagens pelo país”, declarou Lewandowski em entrevista à GloboNews.
Elogios a Zanin O ex-magistrado também elogiou a aprovação de Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ocupar sua vaga no STF. Zanin passou pelo escrutínio do Senado e teve sua escolha considerada adequada para o atual cenário político.
Segundo Lewandowski, a chegada de um ministro com perfil garantista pode trazer benefícios. “Acredito que ele seja extremamente experiente e se encaixará perfeitamente na Primeira Turma e no plenário. Precisamos de pessoas lúcidas e bem-intencionadas”, afirmou o ministro aposentado. “Considero que nosso ministro Zanin preenche todas as condições para ser excelente no cargo.”
Com a nomeação oficial para preencher a vaga de Lewandowski no STF, a atenção agora se volta para a próxima cadeira a ficar vaga: a da ministra Rosa Weber, presidente da Corte, que deve se aposentar em 2 de outubro.
Apesar da pressão de certos setores da sociedade para que a nova vaga seja ocupada por uma mulher, a fim de manter a representatividade no colegiado, Lewandowski ressalta que a característica mais importante do futuro magistrado é ter “uma visão sintonizada”: “O presidente é o melhor responsável por indicar alguém que represente essa visão para a vaga. Não parece necessário que seja uma mulher, uma pessoa de determinada origem ou com características específicas.
É crucial que a pessoa tenha uma visão alinhada com o ordenamento jurídico da sociedade”, destacou o ministro, antes de ponderar. “Pessoalmente, entendo que o STF deva ser o mais plural possível, e talvez seja importante manter ou até aumentar a representação feminina que já temos.”