Lula cancela jantar com príncipe saudita

Lula e Macron, presidente da França. Foto: Ricardo Stuckert

Mohammed bin Salman é conhecido mundialmente por assuntos controversos e envolvimento em escândalos, como a morte de um jornalista dissidente e o caso das jóias presenteadas a Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desmarcou um jantar que teria com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman nesta sexta-feira (23).

A mudança ocorreu porque Lula teve uma agenda pesada nos últimos dias, segundo sua assessoria. Na terça, o presidente desembarcou na Europa, esteve em Roma e no Vaticano e já está há dois dias na França.

O jantar oferecido a Lula e Janja da Silva aconteceria na residência oficial da Arábia Saudita na capital francesa. 

O príncipe herdeiro é criticado por países ocidentais pelo envolvimento em alguns escândalos. Em 2021, o MBS (sigla pela qual um dos dirigentes do reino saudita é conhecido), supostamente presenteou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) joias, que entraram ilegalmente no Brasil. As peças tornaram-se mais um escândalo para a gestão Bolsonaro.

Também neste ano um relatório da inteligência dos Estados Unidos acusou o príncipe de ser o mandante da morte do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018. O assassinato seguido de esquartejamento do colunista do Washington Post e crítico do regime saudita aconteceu no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.

O país do príncipe também é alvo de críticas da comunidade internacional devido às restrições aos direitos das mulheres. De acordo com o g1, foi somente em 2018 que as mulheres foram autorizadas pelo governo a dirigir.

A Arábia Saudita, importante produtora de petróleo, nutriu uma boa relação com o governo Bolsonaro. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, recebeu um presente com jóias avaliadas em R$ 5,1 milhões.

Quando um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, tentou entrar com os itens de luxo no Brasil, ele foi barrado pela Receita Federal. A polícia do Aeroporto de Guarulhos informou que o assessor não havia feito a declaração dos supostos presentes, o que é ilegal.

Letícia Souza:
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