Nota da entidade expressa indignação com a atual gestão e sugere que o Ministério das Relações Exteriores dê prioridade a homens em cargos de chefia.
A Associação de Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) criticou a pouca representatividade feminina em cargos no Itamaraty. A nota divulgada nesta quarta-feira (21) cita um “nítido descompasso” entre as falas e a realidade do governo Lula.
“Passados quase seis meses de gestão, as mulheres diplomatas seguem aguardando as medidas que revelem efetivo compromisso com a promoção da equidade de gênero e, sobretudo, respeito ao profissionalismo e à dedicação das mulheres na carreira diplomática brasileira”, afirmou a associação.
O texto do grupo foi publicado após mais quatro homens serem nomeados a cargos de chefias em missões consulares em Barcelona, Cantão, Buenos Aires e Tóquio.
As mulheres compõem somente 12,7% das 47 designações para cargos de chefia de missões diplomáticas atualmente, segundo os dados levantados pela associação. A gestão do Itamaraty de hoje aumentou apenas um ponto percentual da participação feminina nos âmbitos indicados na nota – as posições de chefia femininas no exterior passaram de 14,2% para 15,2%.
Para a associação, as nomeações do Ministério das Relações Exteriores “traduzem nítido descompasso entre palavras e ações”.
“Os números vão na contramão das palavras do próprio Ministro das Relações Exteriores que, em seu discurso de posse, anunciou a elaboração de uma política de diversidade e inclusão no Itamaraty e, mais especificamente, o compromisso de ‘ampliarmos sua presença [das mulheres] em cargos de chefia'”, informa.
As mulheres diplomatas argumentam a favor de uma política institucionalizada com ações afirmativas , medidas legais e infralegais para a garantia da presença feminina nos cargos de liderança do ministério. A prioridade por homens em tais posições são questionadas, bem como a falta de oportunidade para mulheres com as mesmas qualificações.
Há uma preocupação por parte da entidade referente a falta de sinalização da gestão do Itamaraty pela implantação de uma política de diversidade e inclusão. De acordo com as informações do Correio Braziliense, a AMDB propõe metas para inserção de diplomatas negros e negras, LGBTQIA+ e Pessoas com Deficiencia.
As fontes ouvidas do Itamaraty alegam que as indicações para as posições de liderança “não são um número fixo” e que ainda há “novas nomeações em andamento sob sigilo”. O ministério defendeu que há diálogo com a associação, bem como a discussão dos temas propostos na nota. Para as fontes, houve um aumento “considerável” na promoção de mulheres para cargos da pasta, apesar dos números serem baixos.
Paulo
23/06/2023 - 20h09
Eu acho horroroso quando se começa a apelar para “equidade de gênero” ou “cotas raciais” em qualquer Órgão hierarquizado, público ou privado, pois isso significa a própria falência da meritocracia que deveria ser o escopo dessas organizações, sempre…Ou acham que não, a prioridade é a empregabilidade, a promoção funcional e o preenchimento de cotas? Tá tudo errado…