Reuters – A ativista da Suécia se manifestou contra a decisão francesa de tentar dissolver uma organização ecológica.
A ativista sueca Greta Thunberg defendeu os militantes sociais e do meio ambiente, alegando que eles têm sido “alvo constante de repressão”. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (22), na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá participar nesta sexta.
“Estamos vendo desdobramentos extremamente preocupantes, nos quais ativistas do mundo inteiro estão sofrendo com crescente repressão apenas por lutar por nosso presente e nosso futuro”, disse Thunberg.
“Por exemplo, aqui na França alguns dias atrás, eles pagaram o preço por defender a vida e o direito de protestar”, continuou.
Revoltas da Terra
A ativista faz referência ao episódio da última quarta-feira (21), quando o governo francês tentou dissolver o grupo Les Soulèvements de la Terre [Revoltas da Terra] por insinuar protestos armados ou ações violentas. A decisão da França foi imediatamente criticada pela oposição de esquerda e ONGs.
O movimento político-ecologista luta pela preservação ambiental mundialmente. No site oficial do grupo, ele recolhe assinaturas contra a tentativa do Conselho de Ministros francês de acabar com as manifestações. “Les Soulèvements de la Terre não pode ser dissolvido, porque é múltiplo e vivo. Não se pode dissolver um movimento, não se pode dissolver uma revolta”, diz a plataforma.
Lula na França
O mesmo evento que Greta Thunberg discursou contará com a presença do presidente do Brasil. Nesta sexta (23), Lula irá se reunir com lideranças políticas de países como a Arábia Saudita, República do Congo e França.
A cúpula tem como foco repensar o sistema financeiro mundial com o intuito de reduzir desigualdades, combater a mudança do clima e preservar o meio-ambiente.
Ainda nesta quinta, o presidente fez um discurso no festival Power Our Planet e abordou as questões ambientais, tema recorrente no primeiro ano do terceiro mandato.
Lula afirmou que os países ricos têm “dívida histórica” com o planeta e devem arcar com os custos da conservação ambiental. Ele reforçou o compromisso do Brasil em preservar o meio ambiente e os povos indígenas. “A Amazônia é um território soberano do brasil, mas ao mesmo tempo, pertence a toda a humanidade. Por isso faremos todo o esforço para manter a floresta de pé”, afirmou.