Nesta sexta-feiram 23, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na Cúpula do Novo Pacto de Financiamento Global, em Paris, e lembrou que não há como falar de preservação ambiental sem esquecer da desigualdade mundial.
“Junto da questão climática nós temos que colocar a questão da desigualdade mundial. Não é possível que em uma reunião entre presidentes de países importantes a palavra ‘desigualdade’ não apareça. A desigualdade salarial, a desigualdade de raça, de gênero, na educação, na saúde”.
“Nós estamos em um mundo cada vez mais desigual e cada vez mais a riqueza está concentrada nas mãos de menos gente e a pobreza concentrada na mão de mais gente. Se nós não discutirmos essa questão da desigualdade e se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática, a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo. Não é só na África não. É na América Latina, é no Brasil”, prossegue.
Na sequência, o chefe de estado lembrou que, nos últimos anos, o Brasil aumentou sua desigualdade. “Quando fui presidente do Brasil de 2003 a 2010 e a presidente Dilma de 2010 a 2016, a ONU reconheceu que o Brasil tinha saído do mapa da fome”.
“Naquela época a gente tinha feito com que 36 milhões de pessoas saíssem da miséria absoluta e 40 milhões ascendessem a um poder de compra de classe média. 13 anos depois eu volto à presidência e outra vez 33 milhões de pessoas estão em situação de fome”, completou.