Em uma entrevista à CNN, o deputado federal Lindbergh Farias, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Rio de Janeiro, criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pediu sua exoneração do Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo Farias, Campos Neto “ultrapassou todos os limites” ao emitir um comunicado “duro” sobre a decisão de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano.
“O comunicado indica que os cortes dos juros não virão em agosto e interfere nas expectativas do mercado. Na nossa avaliação, o presidente do Banco Central está passando de todos os limites”, disse à emissora nesta sexta-feira (23).
Lindbergh Farias solicitou sua exoneração do Conselho Monetário Nacional (CMN) por meio de um ofício. O parlamentar afirmou que, caso o Conselho avance com a denúncia, esta ainda precisará ser votada no Senado e requererá o apoio de 41 votos. Esse procedimento está estabelecido na Lei da autonomia do Banco Central.
“Eu não acho impossível que se consiga 41 votos para afastar Roberto Campos Neto se ele seguir nesse caminho, que é um caminho suicida para a economia brasileira. Só entramos com esse pedido porque achamos que ele pode comprometer os resultados da economia do país para este e próximos anos”, completa.
O parlamentar ressaltou os efeitos negativos dos altos juros sobre o setor varejista e destacou os apelos desse setor por uma redução na taxa Selic. Ele indicou que a insatisfação com a taxa atual não se limita apenas ao governo, mas também abrange uma grande parcela da sociedade brasileira.
“É injustificável. Por que o Brasil com uma inflação de 3,94% tem a maior taxa de juros do mundo, 13,75%, mais de 8% de juros reais? Para você ter uma ideia, o segundo país que tem maior taxa é o México, com 4%”, questionou.