Além dos industriais, empresários e grandes varejistas, o mercado financeiro também já começa a abandonar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
De acordo com o colunista Lauro Jardim, no O Globo, o problema não foi o Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano, que já era aguardado, “mas uma parte expressiva dos grandes bancos e gestoras avalia que o comunicado emitido após a reunião deveria ter deixado uma porta aberta para a queda da taxa de juros no dia 2 de agosto, quando o Copom se reúne novamente”.
Um banqueiro de investimentos que defende a autonomia do Banco Central afirmou que a postura do Copom joga contra a própria autarquia. “A consequência deste comunicado é dar munição aos que não toleram a independência do Banco Central. O Campos está prestando um desserviço à instituição da autonomia do BC”.
Mas apesar disso, o mercado continua apostando que os juros devem cair a partir de agosto ou setembro. Ainda de acordo com o colunista, um outro banqueiro disse que aguarda que a próxima ata do Copom traga um posicionamento mais moderado do Banco Central em relação aos juros. “O BC tem a chance de na ata botar o carro novamente na pista”.
Já outro agente do mercado lembrou da indicação de Gabriel Galípolo pelo governo Lula (PT) para ocupar uma cadeira na diretoria do BC. “Vai ficar parecendo que foi a chegada dele ao BC é que forçou a queda [dos juros], o que não é correto”.