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Campos Neto é abandonado pela Faria Lima

Além dos industriais, empresários e grandes varejistas, o mercado financeiro também já começa a abandonar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. De acordo com o colunista Lauro Jardim, no O Globo, o problema não foi o Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano, que já era aguardado, “mas uma parte expressiva dos […]

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REUTERS/Ueslei Marcelino

Além dos industriais, empresários e grandes varejistas, o mercado financeiro também já começa a abandonar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, no O Globo, o problema não foi o Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano, que já era aguardado, “mas uma parte expressiva dos grandes bancos e gestoras avalia que o comunicado emitido após a reunião deveria ter deixado uma porta aberta para a queda da taxa de juros no dia 2 de agosto, quando o Copom se reúne novamente”.

Um banqueiro de investimentos que defende a autonomia do Banco Central afirmou que a postura do Copom joga contra a própria autarquia. “A consequência deste comunicado é dar munição aos que não toleram a independência do Banco Central. O Campos está prestando um desserviço à instituição da autonomia do BC”.

Mas apesar disso, o mercado continua apostando que os juros devem cair a partir de agosto ou setembro. Ainda de acordo com o colunista, um outro banqueiro disse que aguarda que a próxima ata do Copom traga um posicionamento mais moderado do Banco Central em relação aos juros. “O BC tem a chance de na ata botar o carro novamente na pista”.

Já outro agente do mercado lembrou da indicação de Gabriel Galípolo pelo governo Lula (PT) para ocupar uma cadeira na diretoria do BC. “Vai ficar parecendo que foi a chegada dele ao BC é que forçou a queda [dos juros], o que não é correto”.

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Edu

25/06/2023 - 18h12

mas continua o apoio dos safados antipetistas, essa corja de pobrinhos lunaticos, como os brochas e os de ku cagado.
esse bando de imbecis so tem a intencao de ser contra o PT, NADA MAIS.

EdsonLuíz.

23/06/2023 - 16h24

Deixei um último ripost abaixo sobre essa questão da taxa de juros estarem altas. É uma questão técnica bem complexa, muito mais complexa do que se pode tratar aqui, mas não adiantaria complexificar mais a aboradagem e, pelo contrário, cabe simplificar o máximo, para que mais dos que se interessem pela questão possam refletir.

Eu sei que é muito para ler sobre uma questão com a qual muitos não estão acostumados. Mas caso se interessem, fica aqui, mais abaixo, uma contribuição.

Caso queira discordar, não há nenhum problema:: pode ficar à vontade.

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▪Como os petistas podem ser tão irresponsáveis e despreparados com a economia? Essa ignorância tão grande com a economia e que, no entanto, é ávida de poder, assusta muito:: assusta pelo tamanho da ignorância e assusta pela avidez de poder pir quem não tem o mínimo preparo.

Bem:: está aqui em baixo o riposte sobre a taxa de juros.

Um forte aperto de mão!
EdsonLuiz.

EdsonLuíz.

23/06/2023 - 16h09

Fazer política monetária é mais difícil que fazer política fiscal.

Parte considerável da política monetária é feita para mitigar o que for possível das más consequências de uma política fiscal errada, e suavizar consequências danosas quase sempre é mais difícil que cometê-las e os remédios usados para aliviar os erros sempre têm efeitos colaterais.

Certos atores políticos e econômicos reagirão e farão pressão quando, de modo imediatista, vislumbrarem uma fresta de oportunidade para seus interesses, e os interesses de alguém ou de um grupo em particular nunca é baseado em uma racionalidade lógica, mas sim em sua razão particular.

Quando o que contraria os interesses desses atores políticos ou econômicos é a política monetária, cabe ao Banco Central e a seu presidente resistirem às pressões, venham de onde vierem, mesmo que quem pressione seja o presidente da república. A autonomia do Banco Central prevista em lei é importante exatamente para blindar seus diretores contra essas pressões.

Política monetária não pode ser baseada em hipóteses, em vontades nem em inferências. Feitas para corrigir erros já em curso, as medidas de política monetária precisam estar cercadas das certezas possíveis de que as consequências dos erros de política fiscal não se agravarão. No entanto, como tudo em uma área de conhecimento como é a economia, medidas de política monetária, por mais domínio e perícia que os técnicos que a operam tenham, é a aplicação de um conhecimento precário e quase nunca baseado em experiência empírica.

Economia não é uma ciência dura e talvez tenha sido por isso que nem o positivismo nem o marxismo tenham prevalecido nessa área de conhecimento, vigendo para a economia o pensamento teórico liberal.

Mas se as decisões em economia têm consequências sobre a vida da totalidade da população e das organizações econômicas, sua subsistência e sua saúde, a aplicação da economia, especialmente em política monetária e cambial, não pode ser feita por quem acha que sabe. Ou acredita-se em quem é mais profissional para operar essas políticas ou estaremos entregues aos erros e à experimentação de aventureiros.

As decisões em política monetária precisam estar amparadas em um mínimo de certeza ; na falta de instrumentos de aferição mais perfeitos, usa-se o conhecimento consagrado para a solução do problema a ser tratado, sem caber nenhuma margem para inferência ou vontade na tomada de decisão.

Roberto Campos Neto está lidando com as consequências danosas de políticas fiscais erradas cometidas pelo governo de Jair Bolsonaro. Bolsonaro fez gastanças que obrigaram a que o Banco Central elevasse a taxa de juros básicos, a Selic, a 13,75%.

A Selic está nesse ponto desde agosto/2022, portanto, desde antes do 1° turno das eleições presidenciais e desde antes da vitória e da posse de Lula. O aumento da Selic para 13,75% foi feito para esterilizar os gastos de Bolsonaro, que foram feitos com objetivos eleitorais e sem fundamentos no Orçamento Federal ou na expectativa bem planejada de receita.

Assim, o que levou o Banco Central e seu presidente, o economista Roberto Campos, a ter que elevar a taxa de juros para 13,75% foram os erros de política econômica praticados no governo Jair Bolsonaro, erros intencionais com objetivos eleitorais, ressalte-se, e, mesmo tendo sido indicado para o Banco Central pelo governo Bolsonaro, Roberto Campos Neto, por profissionalismo e seriedade, teve a coragem de tomar as medidas técnicas requeridas, sem se deixar envolver por conveniências políticas e eleitorais de Jair Bolsonaro. Portanto, é por muita seriedade e por bom profissionalismo que Roberto Campos elevou a taxa de juros para 13,75%, e não para boicotar o governo Lula.

E por que então o Banco Central não abaixa agora essa taxa de juros?

O Banco Central não abaixa agora essa taxa de juros porque, mesmo os juros estando nos elevadíssimos 13,75%, a inflação tem se mostrado muito resiliente e só ultimamente começou a ceder e se aproximar mais da meta. Roberto Campos teve a coragem de manter os juros altos até que fizessem efeito, uma vez que por parte do governo Bolsonaro ele e o Brasil não contaram com uma política fiscal que ajudasse a inflação a baixar ; do governo que assumiu depois, Lula, nada foi feito ainda para que a inflação caia.

Enquanto isso, Roberto Campos, o Banco Central, eu e você esperamos, sem que se possa mexer na taxa de juros nem para baixo nem para cima.

Os motivos mais citados para os juros serem mantidos altos são a inflação de serviços, na casa dos 7%, e a taxa de desemprego relativamente baixa e caindo mês a mês há mais de um ano

Eu não acho que neste momento a maior cautela do presidente do Banco Central, Roberto Campos, ao não baixar a taxa de juros, seja por causa da inflação de serviços ainda estar alta ou por causa da recuperação do emprego. Eu penso que o que mais preocupa hoje Roberto Campos é a falta de o Brasil ter uma política fiscal implantada, porque nem ãncora fiscal existe ainda neste novo governo, e para ter melhor certeza das medidas monetárias sobre a inflação e sobre os juros futuros é preciso primeiro ter dados suficientes, o que nem o Banco Central nem ninguém tem minimamente chance de ter agora, uma vez que não há exatamente uma política fiscal sendo implementada.

Como alguém pode dizer que Roberto Campos e os demais membros do COPOM estão sendo negacionistas quando sequer a mais importante fonte dos dados de que precisam para alimentarem os programas de seus computadores com os dados de uma nova realidade fiscal, que é existir uma politica fiscal implantada e sendo implementada, e com seus efeitos sendo medidos, eles têm porque o atual governo ainda não conta sequer com uma âncora fiscal aprovada, quanto mais com uma política fiscal inteira em funcionamento?

Enquanto isso, o que vem evitando que a inflação aumente é exatamente os juros estarem altos. E neste momento, com o novo governo sem nenhuma política fiscal, Roberto Campos e o Banco Central esperam efeitos de medidas que o novo governo venha a adotar para, então, terem dados para tomar uma decisão sobre os juros.

A partir de quê Lula, Gleisi, Miriam Leitão, eu, você ou qualquer outro tomaria a decisão sobre juros sem que esteja sendo implementado nada que se possa chamar efetivamente de uma política fiscal?

Um amador ou um aventureiro que não tivesse responsabilidade sobre as consequências de sua política econômica eu sei como ele tomaria a decisão sobre a taxa de juros:: ele tomaria a decisão de forma irresponsável e sem usar nenhuma técnica ou conhecimento e aplicaria somente aquilo que não deveria aplicar, que é a sua vontade política.

Mas para fazer politica monetária séria não pode ser um amador ou aventureiro.

Politica monetária não pode ser feita por vontade, inferência ou por hipótese. É necessário um pouco mais de certeza para adotar medidas em política monetária!

Eu, pessoalmente, pelos últimos anos do irresponsável governo Bolsonaro e pelo até aqui não responsável governo Lula, estou considerando uma sorte para o Brasil e para nós todos o presidente do Banco Central ser um economista tão bem preparado e profissionalmente sério como é Roberto Campos Neto, que não está se deixando contaminar por pressões e conveniências políticas.

Edson Luiz Pianca
edsonmaverick@yahoo.com.br

Alexandre Neres

23/06/2023 - 12h30

Tio Rei toca o dedo na ferida da turma da bufunfa, dos neolibelelês e dos extremistas de centro que se julgam os donos da verdade, os iniciados, os esotéricos, os únicos que conseguem acessar a verdadeira verdade, mas, curiosamente, erram grosseiramente todas as suas previsões. Um bom exemplo é o nosso folclórico Homer Simpson, que atribui à melhora da nossa economia às reformas realizadas de 2016 a 2018. Vai ser sabujo do 1% assim no raio que o parta!

Seita banco-centralista exige a honra – REINALDO AZEVEDO

O BC, com juros aloprados, tornou-se a única e última esperança da direita

Ninguém sabota mais a autonomia do Banco Central do que os atuais membros do Comitê de Política Monetária. Dava-se como certa a manutenção da Selic em 13,75% -afinal, a forma de ser do autonomismo compreende, como é mesmo?, não contrariar expectativas- , mas até os fundamentalistas da seita dos Devotos dos Santos do BC do Todos os Tempos esperavam que os profetas fossem acenar com a possibilidade de uma queda em agosto. Que nada! Nem indício. Mesmo gente que se obriga a frequentar o culto dizia na intimidade que os juros poderiam cair já. Como sabem os leitores, penso que isso deveria ter ocorrido faz tempo.

“Você é ignorante em economia; não sabe nada!” Hummm… E quem se propõe a me ensinar? Na hipótese de não saber, uma coisa ao menos é certa: não erro como sabujo de especialistas na própria teologia. Convenham, todas as antevisões dos expertos (sempre com “x”) e fanáticos estavam erradas. E um erro não passa a ser um acerto porque eivado por jargões, vocabulário específico e certezas inabaláveis. Com frequência, não é a falta de convicção que produz desastres, mas o excesso -na hipótese de que haja algo além de interesse argentário.

Ainda bem que essa gente não luta uma guerra, não constrói prédios, não abre abdomens, não faz a papa do bebê nem se ocupa de logística. Imaginem os descalabros. Os valentes profetizaram sobre inflação, crescimento, câmbio, déficit, dívida e o que mais vocês quiserem. Erraram tudo. Flagrados, mandam os números às favas se estes contradizem suas adivinhações. Mas cuidado ao questionar suas predições! Você pode ser acusado de herege ou apóstata. Há nesses ambientes um verdadeiro clima de terror religioso. Citar a Standard & Poor”s, que viu o que nativos não viram, pode render o Tribunal do Santo Ofício do Monetarismo Gagá.

A reação de Lula foi suave. Descesse o porrete, os juros futuros de 300 anos poderiam subir 0,1%, e é certo que seria acusado de responsável pela, como é mesmo, deterioração das expectativas do fim do mundo. Afinal, convém não contrariar uma outra doxa de certos círculos: tudo o que acontece de ruim na economia brasileira é culpa do petista e “dessa gente”, e o bem, se algum há, se deve a fatores externos. Até a tese de que ele tem “sorte” andou sendo ressuscitada. Creio que é chegada a hora de o mandatário dividir essa carga com Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivos presidentes da Câmara e do Senado – a Casa à qual a dita autoridade monetária deve um tantinho de satisfação.

Adicionalmente, é preciso um esforço para fazer chegar aos gentios o impacto em 12 meses de cada ponto percentual da taxa: R$ 38 bilhões. Se tudo andasse desarranjado, seria um custo a se pagar pelo desgoverno. Se, no entanto, os fundamentos – sem exceção – justificam a queda e se esta não vem, com acenos de que não virá em horizonte plausível, então é preciso dialogar com quem paga a conta. Ademais, pergunte-se: o empresariado assistirá, em silêncio obsequioso, ao despropósito de juros reais beirando os 9%? E pobre daquele que ousar falar em mudança do sistema de metas de inflação, colocando o país em linha, por exemplo, com as 10 maiores economias do mundo! Nessa área, os bravos são mais nativistas do que John Dutton no governo de Montana – refiro-me ao seriado “Yellowstone”.

Sempre acho interessantes os momentos em que os hierarcas levam as seitas que comandam ao colapso teológico, exigindo dos crentes um exercício adicional de devoção. Os do banco-centralismo já entregaram tudo à causa. Só falta a honra. Darão mais um passo ou escolherão “detox” e “rehab”? Acho que já sei…

PS: Cristiano Zanin se saiu muito bem. Os 58 votos indicam que parte considerável veio de parlamentares que estão em legendas de oposição. Há inequívoco mérito do sabatinado, mas parece evidente que o governo começa a se acertar no Congresso. Convenham: quem não tem nem liderança nem eixo, e as indagações o revelaram, são os oposicionistas. Havendo os sensatos, inclusive no PL, só uma torcida faz sentido: pela inelegibilidade de Bolsonaro, aquele que havia encontrado grafeno nos testículos e ovários de vacinados e depois recuou. O BC é, no momento, a única e última esperança da direita.


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