Arthur Maia se enfurece com depoente da CPMI do 8 de janeiro

George Washington, condenado a nove anos e quatro meses de prisão. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

A comissão ouviu nesta quinta George Washington, condenado por tentativa de atentado em Brasília. O presidente da CPMI ameaçou prender o depoente caso se recusasse a responder os questionamentos.

O presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), ameaçou prender George Washington de Oliveira Sousa caso ele não respondesse os questionamentos – o depoente, no entanto, já está preso.

A sessão desta quinta-feira (22) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos ataques terroristas de 8 de janeiro ouviu o condenado por armar uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília. 

George Washington foi condenado em maio deste ano a uma pena de nove anos e quatro meses de prisão por planejar a explosão de um caminhão com a bomba. O Ministério Público Federal do Distrito Federal alega na denúncia que o objetivo dele era causar comoção social e, assim, houvesse uma intervenção militar e decretação de Estado de Sítio – isso tudo como uma tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na ocasião da sessão do colegiado desta quinta, o presidente da CPMI concordou com o silêncio do depoente, mas, em seguida, afirmou que ele deveria responder aos questionamentos que não o incriminasse. Arthur Maia teve como base a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) em decisões feitas durante a CPI da Pandemia.

“Então, que fique claro que o senhor tem direito a permanecer calado naquilo que o incriminar, mas em outros fatos o senhor é obrigado, sob pena de eu ter que determinar a sua prisão”, alegou Maia.

Os parlamentares presentes na sessão alertaram o presidente que George Washington já está preso. Maia afirmou que “pode ter uma prisão por outro crime.”

“Então, caso Vossa Excelência não responda devidamente ao que que não o incrimine – o que incrimina Vossa Excelência não precisa responder–, Vossa Excelência não pode simplesmente desconsiderar as perguntas que estão aqui, trabalhando com seriedade”, continuou.

O depoente permaneceu em silêncio diante da maioria das perguntas, mas respondeu a questionamentos triviais, como sua função e o nome da sua empresa. Quando abordado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado, sobre o arsenal de armas encontrado com ele, não houve respostas. 

No entanto, Washington negou que tenha implantado a bomba em um caminhão e respondeu ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF) que o episódio  não tem relação com os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes. “Já fui condenado. Estou preso e meu caso não tem nenhuma relação com o caso do dia 8 de janeiro. Já respondi que não tem nada de relação uma coisa com a outra”, como indica o portal Valor

Arthur Maia ainda disse que George Washington constrange o país. “O senhor envergonha este país, envergonha a sociedade brasileira. Espero que a lei seja muito dura”.

Letícia Souza:
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