Lula critica os termos propostos pela União Europeia para o acordo entre o Mercosul e a UE, afirmando que são “inaceitáveis”. Durante uma entrevista coletiva realizada na Itália, o ex-presidente ressaltou que embora as negociações sejam desafiadoras, elas não são impossíveis. Lula também enfatizou seu compromisso com a proteção do meio ambiente e criticou o que considera um excesso de protecionismo por parte dos europeus, especialmente no setor agrícola.
De acordo com Lula, os franceses exigem que os países sul-americanos que não cumpriram com os compromissos do Acordo de Paris sejam penalizados, mesmo que os próprios europeus não estejam em conformidade com suas promessas. O ex-presidente pretende conversar com o presidente Emmanuel Macron sobre as demandas agrícolas da França e ressaltou a importância de todos os envolvidos abrirem mão de suas políticas protecionistas em prol de um acordo melhor.
Lula está na França para participar da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, um evento organizado por Macron com o objetivo de repensar a arquitetura financeira global para reduzir a desigualdade e enfrentar a crise climática. Durante sua estadia, Lula também terá um encontro com Macron para discutir o acordo entre a UE e o Mercosul.
Na semana passada, a Assembleia Nacional da França estabeleceu condições para a aprovação de um possível acordo comercial entre a UE e o Mercosul, exigindo que os agricultores sul-americanos sigam as mesmas regras ambientais e sanitárias da Europa, além de incluir uma cláusula de suspensão caso as nações do Mercosul não cumpram o Acordo de Paris. Essas demandas simbólicas foram apresentadas logo após a visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Brasil.
O acordo entre o Mercosul e a UE foi alcançado em 2019 após mais de 20 anos de negociações, porém, ainda não foi ratificado. As políticas ambientais do ex-presidente Jair Bolsonaro geraram preocupações na Europa, mas com o retorno de Lula ao poder, as perspectivas melhoraram. No entanto, as exigências ambientais adicionais apresentadas pela UE por meio da chamada “side letter” reduziram o entusiasmo em relação ao acordo.
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