O advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Lula para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou sua posição nesta quarta-feira (21) de que, caso seja aprovado, não se considerará impedido de julgar processos apenas por estarem associados à “etiqueta” da Lava Jato.
Durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Zanin enfrentou questionamentos do senador Sérgio Moro, da União Brasil-PR, sobre sua atuação como advogado de Lula nos casos da Lava Jato, quando Moro era o juiz responsável pela operação na 13ª Vara Federal de Curitiba.
“Com relação à suspeição e ao impedimento, senador Sergio Moro, as regras objetivas podem desde logo ser tratadas e enfrentadas. Então, regra objetiva é: nos processos em que atuei como advogado, se aprovado for pelo Senado, não poderei vir a julgar este processo ou causa, se estiver no STF”, disse Zanin, em resposta a Moro.
“Por outro lado, questões futuras, processos futuros, evidentemente que é necessário, para aquilatar ou não uma hipótese de impedimento ou suspeição, analisar os autos, analisar quem são as partes, qual o conteúdo. Até porque não acredito que o simples fato de colocar uma etiqueta no processo, indicar o nome ‘Lava Jato’, isso possa ser critério a ser utilizado do ponto de vista jurídico para aquilatar suspeição ou impedimento”, declarou.
Sergio Moro permaneceu sentado em seu assento na plenária da CCJ, observando atentamente as palavras do advogado.