Contrariando as palavras do presidente Lula, o ministro da Defesa, José Múcio, expressou hoje sua opinião de que não houve um “grande líder” por trás dos ataques ocorridos em 8 de janeiro. Segundo O GLOBO, Múcio, no entanto, acredita que certos membros das Forças Armadas adotaram uma postura “pró golpe”. Essas declarações foram feitas durante um evento de discussão intitulado “Defesa Nacional, presente e futuro do Brasil”.
“Havia vontades individuais que houvesse um golpe. Mas não havia um líder. Algum militar do Exército, algum militar da Aeronáutica, algum militar da Marinha queria golpe? Acredito que sim. Mas as pessoas que vieram para a Praça dos Três Poderes no dia 8 não saíram de lá (dos acampamentos de Brasília). Foi gente de fora estimulada por irresponsáveis, baderneiros. As Forças Armadas não participaram”, afirmou Múcio.
De acordo com Múcio, ao assumir seu cargo, havia uma presença de cerca de 4.300 acampamentos em frente a quartéis. No entanto, ele destacou que, na véspera dos ataques, esse número havia diminuído para menos de 180. Além disso, o ministro reafirmou que as Forças Armadas mantiveram uma conduta em conformidade com a lei.
O ministro da Defesa tem expressado sua aprovação em relação à conduta adotada pelas Forças Armadas nos últimos meses. Durante uma audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Senado, ele ressaltou que os militares têm se mantido afastados da política e desempenhado um papel que está alinhado com as expectativas da sociedade.
O ministro também mencionou um projeto de lei que já foi apresentado ao presidente e que será encaminhado ao Congresso. Esse projeto estabelece a obrigatoriedade dos militares se desvincularem das Forças Armadas ou entrarem para a reserva caso tenham intenção de concorrer a cargos eletivos ou assumir posições públicas.