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Alertas de garimpo ilegal nas Terras Yanomami foram zerados

Em comparação com junho de 2022 e junho deste ano, houve uma redução de 93% nas áreas de exploração. Nesta terça, os alertas estão zerados.  Pela primeira vez desde 2020, os alertas de garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami foram zerados. O dado divulgado nesta terça-feira (20) foi feito pela Polícia Federal, que monitora por […]

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Foto: Michael Dantas/AFP

Em comparação com junho de 2022 e junho deste ano, houve uma redução de 93% nas áreas de exploração. Nesta terça, os alertas estão zerados. 

Pela primeira vez desde 2020, os alertas de garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami foram zerados. O dado divulgado nesta terça-feira (20) foi feito pela Polícia Federal, que monitora por satélite o território.

Conforme as análises da PF indicam, o território indígena está há 33 dias sem novas áreas de exploração. Em comparação, em abril do ano passado, a região somava 538 alertas, enquanto no mesmo período esse ano, as notificações caíram para 33, uma redução de 93%. Agora, os alertas estão zerados.

O satélite usado pela PF captura possíveis desmatamentos comuns à atividade garimpeira como forma de localizar tais ações ilegais na floresta. A queda ocorre desde o início do ano, quando se instauraram operações contra os criminosos ambientais. Uma delas é a Operação Libertação.

“Esta é a primeira vez, desde o início deste tipo de monitoramento, em agosto de 2020, que se observa a ausência de alertas de garimpos por um período tão longo de tempo. Tais resultados indicam que, pela primeira vez nos últimos anos, não houve novas áreas de garimpo ilegal sendo exploradas”, informou o órgão.

As imagens dos satélites são feitas diariamente e consolidadas a cada sete dias. A pesquisa não identificou nenhum novo garimpo no último dia 8.

Agora, a PF indica que se inicia uma nova fase da Operação Libertação na Terra Yanomami. “O foco será ocupar áreas dentro da reserva para assegurar a retomada da normalização da prestação de serviços básicos aos Yanomami”

A terra indígena em questão é o maior território dos povos originários no Brasil. Ela é alvo de garimpeiros ilegais há décadas e, nos ultimos anos, enfrentou avanços desenfreados da atividade ilegal. Em 2022, a devastação chegou a 54%.

Principalmente durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, as Terras Yanomami sofreram grande perda ambiental e da população indígena. Em março deste ano, o UOL fez uma série de reportagens que expõe que o governo bolsonarista foi informado pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) sobre a gravidade da situação que os Yanomamis sofriam em Roraima, em agosto do ano passado, mas foi uma escolha não interferir. Isso significa que Bolsonaro estava ciente da situação de morticínio e subnutrição da população, inclusive de crianças, mas preferiu focar na campanha de reeleição.

O cenário, no entanto, se modificou a partir de janeiro deste ano, no início do terceiro mandato do presidente Lula. A quantidade de operações policiais, sociais e ministeriais, como as medidas propostas pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, aumentaram a segurança e a preservação do local.

A Operação Libertação, da PF, ocorre com apoio do Exército, Força Aérea, Marinha, Força Nacional, Funai, Ibama e Polícia Rodoviária Federal. Hoje, já se somam mais de 80 procedimentos investigativos em andamento para apurar crimes nos mais de 10 milhões de hectares da área. São averiguados crimes de lavagem de capitais, mineração ilegal, até tráfico de pessoas na Terra Yanomami.

Desde o dia 20 de janeiro, o local está em emergência de saúde pública. Assim, o governo Federal vem atuando para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território.

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