O arcabouço fiscal está avançando com o apoio do governo, com a certeza global de que a democracia está protegida, a estabilidade política e o empoderamento do Ministro Fernando Haddad. Tudo isso está levando otimismo aos investidores estrangeiros, que estão ansiosos para voltar a investir no Brasil.
Há fatores além do desejo do presidente com uma super safra? Há! Mas o Brasil já vem tendo quase 10 anos de super safras sucessivas. O segredo aqui é a estabilidade.
A própria consolidação do reajuste do salário mínimo e do Bolsa Família certamente também contribuem, já que quanto maior a renda média dos brasileiros, maior é o consumo, e com mais consumo, melhor para a economia.
E isso se expande para outros setores da sociedade: até maio, o Brasil conquistou um saldo de mais de 740 mil empresas abertas, e se mantivermos esse ritmo, devemos terminar o ano com mais de 2 milhões de empresas abertas e, consequentemente, mais milhões de empregos.
Isso também não quer dizer que os investidores agora são petistas de carteirinha, amantes incondicionais do Lula, e que alguns estejam até mesmo pensando em se filiar ao PT. É apenas o pragmatismo do mercado.
A “sorte” do Lula se tornou uma desculpa confortável para aqueles que ficaram fazendo terrorismo e fizeram muitas pessoas perderem dinheiro. São aqueles que adoram falar em análises “técnicas”, mas só fazem proselitismo. São os “gurus” e coaches que ganham mais dinheiro vendendo cursos do que investindo. É a turma do “compre dólar!”.
Já uma projeção semanal feita por economistas do mercado financeiro aumentou a previsão do PIB pela 6ª semana seguida, de 1,84% para 2,14%. Além disso, tivemos também a queda da inflação pela 5ª semana seguida (de 5,42% para 5,12%).
Muitos investidores e agentes financeiros chegam até mesmo a apostar em um PIB de 3% e inflação inferior a 5% em 2023.
Já o diesel, que possui impacto direto na inflação, caiu pela 19ª semana seguida. Na semana passada, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou deflação, ou seja, queda de preços, de 0,17%.
E Haddad, que sempre tentou evitar conflitos e atritos com o Banco Central de Roberto Campos Neto, agora parece estar ficando sem paciência. A semana mal começou e Haddad afirmou que a taxa de juros deveria ter caído em março. Na semana passada, Luíza Trajano e outros grandes nomes do varejo brasileiro também cobraram o presidente do Banco Central, e veículos de comunicação também embarcaram nessa.
Campos Neto afirmava que o problema era a falta de um marco fiscal, depois criticou a inflação e, em seguida, criticou a estabilidade. O governo Lula atendeu a cada um dos pontos cobrados pelo presidente do Banco Central, então fica a pergunta: qual será a próxima desculpa para não reduzir os extorsivos juros no Brasil?