Por Edson Santos, vereador pelo PT-RJ
A indústria solar não apenas beneficia diretamente os consumidores, mas também se destaca como uma relevante fonte de criação de empregos. Segundo dados da Win, empresa distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, o Rio de Janeiro experimentou um aumento considerável de 114% no número de conexões de geração própria de energia solar entre maio de 2021 e maio de 2022, saltando de 27 mil para 57 mil sistemas. Esse avanço significou um investimento total de R$ 2,3 bilhões, uma elevação expressiva se comparada aos R$ 1,3 bilhões do ano anterior. Atualmente, mais de 420 megawatts (MW) de energia solar estão em funcionamento em vários setores – residências, comércio, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos – no estado do Rio de Janeiro.
No entanto, ao fazer uma comparação com outros estados brasileiros e com a situação global, percebemos que o Rio de Janeiro ainda tem um amplo potencial solar a ser explorado. O estado ocupa a oitava posição no ranking de geração distribuída no Brasil, atrás de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Goiás.
Para colocar em uma perspectiva global, a Agência Internacional de Energia (IEA) registrou em 2020 cerca de 714 gigawatts (GW) de capacidade solar instalada no mundo. Em contraste, o Brasil possui uma capacidade instalada de aproximadamente 7,8 GW, de acordo com a ANEEL. Nessa conjuntura global, a China e os Estados Unidos se destacam como líderes, com 252 GW e 76 GW, respectivamente.
A análise revela que, mesmo com os avanços significativos na adoção da energia solar no Rio de Janeiro e no Brasil, ainda estamos consideravelmente atrás em relação ao que poderíamos atingir, seja em termos de geração de energia, criação de empregos ou crescimento econômico. Embora seja um desafio, é também uma grande oportunidade que deve ser aproveitada.
Além dos benefícios ambientais e econômicos em geral, a energia solar pode ser um vetor de desenvolvimento crucial em bairros mais pobres do Rio de Janeiro, como os localizados na Zona Oeste. Esta região é caracterizada por uma alta densidade populacional, com mais de 2,2 milhões de habitantes, e uma renda per capita média consideravelmente inferior à de bairros mais ricos da cidade, como Leblon ou Ipanema.
Por exemplo, segundo dados do Instituto Pereira Passos, em 2020, a renda per capita média na Zona Oeste era de cerca de R$ 1.400,00, enquanto em bairros como o Leblon, a renda per capita média era de mais de R$ 4.500,00. Esta desigualdade social se traduz em desafios significativos, mas também em grandes oportunidades.
A expansão da energia solar em áreas como a Zona Oeste pode abrir uma série de empregos na instalação e manutenção de painéis solares, melhorando a renda das famílias e contribuindo para o desenvolvimento local. Além disso, ao reduzir a dependência da energia convencional, os painéis solares podem ajudar as famílias a economizar em suas contas de energia, liberando recursos para outras necessidades. Isso torna a energia solar não apenas uma solução para os desafios ambientais, mas também uma estratégia eficaz para combater a pobreza e impulsionar o desenvolvimento econômico.