Em dezembro de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro teve pelo menos dois encontros com o general da reserva Eduardo Villas Boas, enquanto assessores presidenciais e outros militares discutiam a possibilidade de um golpe para impedir a posse de Lula.
Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, as reuniões ocorreram em Brasília, na residência de Villas Boas, que sempre foi visto como um dos principais conselheiros de Bolsonaro, especialmente em assuntos militares. O primeiro encontro entre eles aconteceu em 7 de dezembro, seguido por outro encontro no dia 20.
Na época, conforme revelado recentemente através das mensagens do celular de Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro, ele e outros militares próximos ao então presidente defendiam a ideia de que ele acionasse as Forças Armadas para impedir a posse de Lula.
É importante lembrar que o general Villas Boas publicou uma mensagem nas redes sociais após a derrota de Bolsonaro para Lula, elogiando as manifestações golpistas ocorridas em frente aos quartéis. Ele destacou que a população estava lá “pedindo ajuda às Forças Armadas”.
O militar também ganhou destaque por ter feito um tweet na véspera do julgamento de um habeas corpus de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018, quando era comandante do Exército. Ele afirmava que a instituição compartilhava “anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade”.
Até então, no final do ano passado, Bolsonaro permanecia em silêncio em público e recluso no Palácio da Alvorada, sem reconhecer sua derrota para Lula nas eleições.