Oposição a Nicolás Maduro descarta apoio do órgão eleitoral

Protesto contra eleições legislativas na Venezuela em 2020. Foto: Rual Arboleda/FP

Presidente da organização pede apoio dos políticos de oposição para realização das primárias para a corrida presidencial venezuelana de 2024.

A oposição venezuelana definiu nesta sexta-feira (16) a autogestão e voto manual para escolher o candidato que irá enfrentar Nicolás Maduro na disputa presidencial de 2024. 

Para o opositor Henrique Capriles, que disputará a Presidência pela terceira vez, “a decisão correta” é a votação manual. “Maduro, em sua obsessão por se manter no poder […], desde o primeiro dia buscava implodir o processo das primárias”, afirmou.

A comissão descartou o apoio do órgão eleitoral após, no dia anterior, vários membros do conselho eleitoral pedirem demissão.

A comissão negociava com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) as condições para realizar as primárias em 22 de outubro e esperava uma resposta favorável nesta semana, mas não recebeu. A renúncia da ala chavista aumentou a desconfiança sobre a corrida presidencial.

O presidente encarregado da organização, Jesús María Casal, afirmou que a primária será “autogerida”, conforme indicam as informações do g1.

“Além disso, a renúncia de vários reitores do CNE e sua renovação, tal como se esboça, complica ainda mais este cenário”, disse Casal.

O Parlamento da Venezuela irá renovar a autoridade eleitoral, após o episódio de quinta. A governança atual é composta por três reitores chavistas e dois opositores. 

O presidente Pedro Calzadilla e o reitor Alexis Corredor, da ala governista, deixaram seus cargos ontem. Tania D’Amelio, terceira parlamentar próxima ao partido no poder, saiu da posição para se tornar juíza do Tribunal Supremo de Justiça em abril de 2022. Os motivos das renúncias são, até agora, não foram esclarecidos.

Não renunciaram Roberto Picón e Enrique Márquez, da oposição, porém o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, propôs substituir todos os cinco reitores titulares e dez suplentes.

Casal ressalta que as primárias sem os órgãos eleitorais são possíveis. No entanto, “não é algo que caiu do céu, sendo que a única maneira de conseguir é com o apoio decidido de todos os fatores políticos envolvidos”.

Letícia Souza:
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