A Polícia Federal concluiu, em um relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, buscou apoio jurídico e legal para planejar um golpe de Estado. A conclusão foi baseada na análise dos dados encontrados no celular de Cid.
De acordo com a investigação, foram identificados documentos e trocas de mensagens relacionados a uma possibilidade de crime de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito durante a análise dos materiais obtidos no celular do ajudante de ordens do ex-presidente.
“O investigado compilou estudos que tratam da atuação das forças armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO. Os documentos tratam da possibilidade do emprego das forças armadas, em caráter excepcional, destinado a assegurar o funcionamento independente e harmonioso dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da República”, afirma a PF.
A Polícia Federal também analisou que os estudos realizados por Mauro Cid podem ter sido utilizados como base para a elaboração de um rascunho de decreto de Estado de Sítio e Garantia da Lei e da Ordem (GLO), encontrado em um aplicativo no celular dele.
Segundo a PF, “o documento menciona o que seria, na interpretação do autor, a prática de atos ilegais por parte dos tribunais superiores, deturpando a ordem constitucional”, o que justificaria a declaração do estado de sítio.
O relatório foi aberto ao público pelo ministro Alexandre de Moraes na tarde desta sexta-feira (16).