Na noite da última quarta-feira (14), o deputado Arthur Maia (UNIÃO-BA) usou sua conta no Twitter para criticar a decisão colegiada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o dia 8 de janeiro, que rejeitou requerimentos de convocação de pessoas como o general Gustavo Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Saulo Moura da Cunha, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e o ministro da Justiça, Flávio Dino.
Procurado pela coluna, o deputado titular da CPMI, Rogério Correia, afirmou achar estranho o posicionamento de Arthur Maia, que segundo ele “é presidente da CPMI e não o presidente da ala bolsonarista da CPMI, que é minoritária”.
Na avaliação de Rogério Correia, os bolsonaristas querem evitar a todo custo a apuração da tentativa de golpe do dia 8 de janeiro. Segundo o deputado, pelo menos nas conversas anteriores, Maia sempre deu a certeza de que houve de fato uma tentativa de golpe contra a República. “Sempre nos disse que tinha certeza de que houve [um golpe], porque negar que houve uma tentativa de golpe seria um negacionismo histórico.”
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O deputado também afirmou que “infelizmente, as ações dele, agora, durante a CPMI, têm fortalecido sempre as ideias bolsonaristas, que dão importância maior a algo insignificante no processo de golpe, que foi a questão do dia 8”.
Na visão de Rogério Correia, o golpe não está restrito apenas às questões envolvendo o dia 8 de janeiro, sendo necessário realizar uma análise cronológica dos fatos anteriores que levaram a esse dia. Por isso, essa análise inclui a tentativa de mudar o resultado eleitoral no segundo turno com a compra de votos usando recursos do Estado, “a Polícia Rodoviária Federal impedindo nordestinos e petistas de votar”, além das ações de terrorismo em dezembro, que envolveram a tentativa de explosão de um carro-bomba, incêndios em ônibus e a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal.
Para o deputado, “quer dizer, isso é essencial e deve ter uma ordem cronológica”. Portanto, em sua avaliação, a posição do presidente é estranha. “E ainda mais estranho é ele se recusar a aplicar o que foi aprovado pelo colegiado da comissão”.
“Se algo foi aprovado, ele deve encaminhar o que foi aprovado e não tentar boicotar o que foi aprovado e ficar tentando encaminhar o que foi rejeitado. Isso não é papel de um presidente de comissão”, concluiu o deputado.