Presidente da Petrobras rejeita pressionar o Ibama para autorizar extração de petróleo na Amazônia

Após um primeiro parecer negativo, o Ibama está avaliando um novo pedido da Petrobras para explorar petróleo na foz do rio Amazonas Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, afirmou nesta quarta-feira (14/6) que a empresa não irá apressar a reavaliação que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizará sobre a exploração na Foz do Rio Amazonas.

Após uma reunião com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), Prates criticou a ideia de que agências e órgãos reguladores devam ser pressionados para acelerar a análise de casos.

“Não podemos pressionar órgãos ambientais. Apesar da ansiedade, devemos respeitar a autonomia e a gestão desses órgãos reguladores e ambientais. Pelo menos, é assim que nossa administração age”, disse Prates aos jornalistas.

Depois de ter o primeiro pedido negado, a Petrobras aguarda uma nova resposta do Ibama em relação ao pedido de licenciamento para perfuração de um poço de petróleo no litoral norte do Amapá. Em maio, o estado apresentou novos documentos para que o instituto reconsidere o licenciamento ambiental destinado à perfuração do poço exploratório em águas profundas na costa do Amapá.

“Se existem motivos para análise demorada, temos que nos adaptar a isso. Essas são realidades que ocorrem em todo o país. Não estamos em uma disputa ou fazendo colocações agressivas contra o Ibama. O órgão ambiental está desempenhando seu trabalho e respeitamos isso. Essa é uma forma correta e inteligente de agir. Além de ser cordial, é uma forma justa, e é o que o direito nos manda fazer em relação aos órgãos reguladores e ambientais”, declarou Prates.

Exploração na Foz do Amazonas A Petrobras pretende perfurar um poço de exploração para verificar a presença de petróleo e gás natural na foz do Amazonas. O local está localizado a cerca de 160 km da costa do Oiapoque, extremo norte do Amapá, e a 500 km da foz do Rio Amazonas.

De acordo com a estatal, estima-se que o empreendimento custe cerca de R$ 3,4 milhões por dia, levando em consideração os equipamentos e estruturas necessários para manter a operação na região.

Em maio, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, negou o pedido da Petrobras para exploração na foz do Amazonas. O órgão ambiental afirmou que é necessário realizar a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para as bacias sedimentares antes de iniciar a perfuração do poço exploratório no local.

No entanto, a Petrobras argumenta que não há necessidade dessa avaliação. Da mesma forma, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirma que esse requisito é “intransponível”.

Ruann Lima: Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF
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