Nesta terça-feira (13) o padre publicou um vídeos nas redes sociais expondo o desamparo com as pessoas em condições de rua na capital paulista: “Mais um caso de hipotermia”.
O padre Júlio Lancellotti informou nesta terça-feira (13) a morte de um homem no Ipiranga, zona sul de São Paulo, em decorrência do frio como suspeita.
O padre é conhecido em todo país pelas ações sociais e defesa dos direitos humanos, além do trabalho de atendimento e cuidado com pessoas em situação de rua na capital paulista.
“Mais um caso de hipotermia na cidade de São Paulo, de uma pessoa que foi para um abrigo emergencial e dormiu no colchão, sem coberta. Ele foi posto para fora [do abrigo] às 7h da manhã, sem cobertor, e entrou em hipotermia”, denunciou o padre em vídeo postado nas redes sociais.
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) de São Paulo, a terça começou com uma madrugada de chuviscos isolados, ligeira sensação de frio e céu encoberto, com termômetros marcando, em média, 15°C.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) da capital confirmou que o homem, ainda não identificado, foi encontrado morto por volta das 8h da manhã, na Avenida Nazaré, no Ipiranga. O caso foi registrado como morte suspeita no 16° Distrito Policial, na Vila Clementino. A secretária explicou que, como não há identificação do homem, não há como dizer se ele estava em situação de rua.
No dia 30 de maio, o padre Julio já havia denunciado a morte de outras duas pessoas em condições de rua por causa do frio e, segundo ele, dia 5 deste mês pode ter ocorrido outra. O padre, assim como todos os anos, vem cobrando a prefeitura da cidade para que ofereça auxílio para essas pessoas, ainda mais no período de inverno.
No início de maio, a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados fez uma inspeção em equipamentos públicos da prefeitura de São Paulo, visando a população em situação de rua. Conforme as informações da Agência Brasil, os deputados averiguaram a situação dos centros de acolhida da capital paulista – principalmente após as reportagens do veículo Folha de S. Paulo, que denunciaram as péssimas condições dos locais.
A inspeção foi apurar a denúncia de falta de privadas e chuveiros, colchões infestados de percevejos e banheiros entupidos. Aconteceu após a prefeitura recolher barracas de pessoas em situação de rua, mesmo sabendo que não haveria vagas suficientes para todas elas nos abrigos. A população estimada de pessoas nestas condições em São Paulo é de 52 mil.