Anielle Franco enfatiza importância da representatividade negra no STF

Imagem: Matheus Alves/MIR

Durante um evento em Brasília promovido pela “revista piauí”, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, manifestou seu apoio à indicação de uma mulher negra para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita nesta terça-feira (13), em um debate sobre o funcionamento da máquina pública.

“Me questionam agora sobre o STF, vou continuar com minha defesa, por mim, teria uma mulher negra e meu posicionamento é esse. Mas sou eu que decido? Não.”, declarou.

“Eu joguei no ar num encontro, quando estava com ele [Lula], mas espero conseguir conversar para a próxima. As condições que defendo tem que estar colocado na mesa. Se vai ser aceito ou não, não sei. Mas eu vou continuar dizendo que gostaria muito que fosse uma mulher”, afirmou a ministra.

No início deste mês, Lula indicou o advogado Cristiano Zanin, conhecido por sua atuação na defesa do ex-presidente durante a Operação Lava Jato, para ocupar a vaga deixada pela aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski no STF.

Porém, parte dos aliados do presidente criticou a indicação, argumentando que ela não contribui para a diversidade da Corte. Com a aprovação de Zanin, a representação feminina no STF permanecerá com apenas duas mulheres: Rosa Weber e Cármen Lúcia.

Anteriormente, a ministra Ellen Gracie também ocupou uma cadeira no STF, mas nunca houve uma ministra negra na história do tribunal.

Lula deverá fazer mais uma indicação ainda este ano, uma vez que Rosa Weber completará 75 anos no próximo dia 2 de outubro e terá que se aposentar. As negociações para encontrar um substituto já estão em andamento.

Durante o evento, Anielle também afirmou que o governo pretende concluir, até o final de julho, um levantamento sobre o número de pessoas negras ocupando cargos na administração pública.

Em março deste ano, o governo federal determinou a reserva de 30% das vagas para cargos e funções de confiança para pessoas negras, visando promover a inclusão e a representatividade.

“Eu não vou mudar pra caber dentro da política. A política que tem que mudar e ser transformada. Eu tenho meus valores. […] Falei, presidente, o senhor me quer com os meus valores? Por que vou trazer eles pra cá. E vou trabalhar”, comentou a ministra.

Clarice Candido:
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