Lula diz que não é mais preciso invadir terras ou ter guerra

Nesta terça-feira, 13, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o seu primeiro podcast para mais uma vez tentar criar uma relação entre o seu  governo e o agronegócio.

O petista disse que “não há nenhuma objeção” por parte de seu governo em relação aos grandes produtores. Porém, o presidente não deixou de falar sobre a reforma agrária, a principal bandeira do o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

“Nós vamos fortalecer a pequena e média propriedade, vamos fortalecer o agronegócio, vamos continuar fazendo reforma agrária – porque onde precisar assentar gente nós vamos assentar”.

Porém, Lula disse que não existe motivo para os movimentos de ocupação de terra: “não precisa mais invadir terra”.

“Se quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o Incra que comunique o governo quais são as propriedades improdutivas em cada estado brasileiro e a partir daí nós vamos discutir a ocupação dessa terra. É simples. Não precisa ter barulho, não precisa ter guerra. O que precisa ter é competência e capacidade de articulação”, prometeu o presidente, em uma tentativa de relaxar as tensões entre o MST e o agro.

Na sequência, o chefe de estado deixou claro que “do ponto de vista econômico”, não há “problema” entre o Planalto e os representantes do agronegócio. “O problema pode ser ideológico”, avaliou.

“Eu nunca tive problema com o agronegócio. Eu governei por oito anos esse país, eles sabem tudo que fizemos por eles, sabem que nós temos muita responsabilidade com o salto de qualidade que deu a agricultura brasileira por causa dos financiamentos que nós fazíamos, de máquinas”.

“No nosso tempo, uma dessas máquinas colheitadeiras era financiada a 2% de juros ao ano. Hoje eles estão pagando 18% de juros ao ano. Então eles sabem que do ponto de vista econômico eles não têm problema conosco. O problema pode ser ideológico. E se é ideológico, paciência, a gente vai estar em campos opostos”.

Por fim, Lula voltou a dizer que “não há incompatibilidade entre o pequeno e médio produtor e o grande produtor. Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito. O Brasil precisa dos dois, os dois são complementares, os dois ajudam o Brasil. Um produz mais para exportar – e também produz para o mercado interno -, mas a pequena e média agricultura é que cria aquela galinha caipira, aquele porquinho, aquela frutinha, o feijão. Então precisamos ajudar os dois, e eles precisam conviver em paz, porque um ajuda o outro. (…) Nós vamos anunciar agora o Plano Safra e eles vão perceber que da parte do governo não há nenhuma objeção a eles. O que queremos é que todos produzam, cresçam e todos cresçam juntos”.

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