Hoje tivemos a CPI do MST e a CPMI do 8 de janeiro acontecendo no Congresso Nacional. A primeira se notabilizou por ter o presidente e o relator invadindo casas de pessoas, e a segunda gerou algum furor por conta da derrota acachapante da oposição e de seus requerimentos, mas fora isso, nada além.
Quem esteve hoje na Câmara e no Senado só confirmou aquilo que eu disse meses atrás por aqui: só se fala em outra coisa no Congresso.
E embora os deputados André Janones (AVANTE-MG), Lindbergh Farias (PT-RJ) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) tentem fazer a CPMI do 8 de janeiro ter alguma relevância, a verdade é que cada vez mais os parlamentares estão cansados das sandices bolsonaristas e das gritarias que não levam a lugar algum.
Isso não significa que parte do Congresso Nacional esteja genuinamente preocupada com os interesses nacionais e sociais. Não exatamente.
Como venho apontando recentemente, o centrão, capitaneado por Arthur Lira (PP-AL) e pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), possui sua própria agenda de governo e está mais preocupado com seus próprios interesses.
Na avaliação de alguns, talvez os únicos momentos em que uma CPI possa gerar algum “barulho” sejam nas oitivas de Anderson Torres, Mauro Cid e Augusto Heleno. E ainda assim, de maneira muito pontual, já que nem mesmo a passagem de Heleno pela Câmara Legislativa do Distrito Federal gerou muito alvoroço.
Do lado do governo, a preocupação é com a ampliação e reverberação da agenda positiva, produzindo avanços na economia e fazendo com que isso chegue às pessoas. O podcast do Lula é um exemplo disso.
Com as investigações da Polícia Federal extremamente avançadas e a inegebilidade de Jair Bolsonaro praticamente certa nas próximas semanas, muitos já consideram o assunto encerrado. Na avaliação da equipe de um importante senador da base, a “CPMI começou tarde demais”.
Depois de quase 10 anos de agitações políticas, que vão desde manifestações de rua até impeachment e tentativas sucessivas de golpe, parece que a população também está cansada de certas aventuras.
No final, algo que parece raro aconteceu: a sociedade civil e o Congresso estão alinhados. Todos querem que a política volte ao normal.
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