O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou, nesta segunda-feira (12), que ainda não há uma decisão definitiva sobre possíveis trocas ministeriais no governo União Brasil. Padilha afirmou que o governo está disposto a ouvir e dialogar, deixando aberta a possibilidade de mudanças no futuro.
A fala ocorreu depois de uma reunião no Palácio do Planalto, na qual ele se encontrou com o presidente Lula e líderes do governo no Congresso. Esse encontro ocorreu em meio às negociações da bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados, que busca realizar substituições em ministérios do governo Lula.
No esforço de garantir governabilidade, Lula já anunciou três ministros indicados pelo União Brasil: Waldez Góes para a Integração e Desenvolvimento Regional, Juscelino Filho para as Comunicações e Daniela Carneiro para o Turismo.
Entretanto, alguns deputados do partido discordam que Daniela e Góes devam ser considerados como representantes da legenda. A ministra já solicitou sua desfiliação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o ministro Góes foi indicado pelo senador Davi Alcolumbre, do União-AP, mesmo não sendo filiado ao União Brasil.
A insatisfação dos deputados com essas nomeações já se manifestou em votações. O partido tem registrado altos índices de infidelidade na Câmara em relação a votações consideradas prioritárias pelo governo.
Conforme reportado pelo blog do jornalista Valdo Cruz no G1, o partido pretende alertar o governo de que, se a substituição no Ministério do Turismo não ocorrer, a taxa de infidelidade pode aumentar ainda mais. Alexandre Padilha confirmou que, neste momento, o União Brasil está expressando o “desejo de reformular a representação dos seus três ministros indicados”.
“Está em aberto uma discussão com o União Brasil, que avalia a necessidade de reformulação dos seus indicados. Esse é um debate que já vinha há mais tempo e, neste momento, o União Brasil reforçou isso com maior clareza. Devemos tratar esse tema com o União Brasil, esclarecer um pouquinho melhor o que significa isso e esse tema está, sim, em debate”, declarou.
De acordo com Padilha, o partido não trouxe nenhuma proposta específica em relação a ministros individuais. No entanto, o ministro negou qualquer plano do governo para uma reforma ministerial ou alterações em pastas específicas.
“Quem avalia, quem nomeia e quem troca é o presidente da República ouvindo seus ministros e ministras. Não tem nenhuma data definida, não tem nenhum ministério definido. Mas é natural e a gente confirma que o União Brasil apontou desejo e a vontade de reavaliar os seus ministros indicados pelo partido”, afirmou.
O ministro ainda solicitou ao presidente da República que os líderes conduzam conversas com o União Brasil. “O governo é igual a um rally. De vez em quando, durante um rally, você tem que trocar um motorista, um pneu, o que importa é estar no caminho certo. Esse é um governo que tem um caminho, um rumo certo”, analisou.
O ministro também destacou que o governo está “completamente aberto a ouvir e dialogar” com qualquer outro partido que tenha ministros indicados, visando uma avaliação contínua de seus respectivos ministérios.