O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, se pronunciou no sábado (10), descartando a possibilidade de serem tomadas medidas de censura prévia aos shows no Brasil do músico britânico Roger Waters, 79 anos, cofundador e ex-integrante da icônica banda inglesa Pink Floyd.
A censura seria feita para impedir a utilização de símbolos nazistas em apresentações do roqueiro no Brasil, que devem acontecer em Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo no fim deste ano.
Os pedidos de censura acontecem após uma polêmica apresentação do em Berlim, onde o músico se apresentou com uma fantasia couro preto e com braçadeiras vermelhas, semelhante aos uniformes nazistas da Waffen-SS, milícia de apoio ao regime de Adolf Hitler. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e do Instituto Memorial do Holocausto (IMH) realizaram, então, pedidos para que governo impeça a entrada e apresentação de Waters no Brasil.
No Twitter, Dino afirmou que “é regra geral que autoridade administrativa não pode fazer censura prévia”, mas que é possível o Poder Judiciário intervir em caso de ameaça de lesão a direitos de pessoas ou comunidades.
“O momento político brasileiro exige ponderação, equilíbrio e capacidade de ouvir a todos. Sou ministro da Justiça do Brasil e não me cabe concordar ou discordar de pedidos sem sequer ler os argumentos dos interessados. Posturas ‘canceladoras’, supostamente ‘radicais’ e ‘revolucionárias’, no atual contexto, só servem para fortalecer a extrema-direita e propiciar o seu retorno ao poder’, disse o Ministro em outra publicação.