Segundo o Metrópoles, a solicitação da historiadora Janaína de Almeida Teles, buscando o reconhecimento como anistiada política e vítima da ditadura militar no Brasil, será avaliada pela Comissão de Anistia no próximo dia 28.
Janaína é um exemplo emblemático de um dos períodos mais sombrios da repressão, durante o qual crianças, filhos e filhas de opositores do regime, também eram levados a prisões e sequestrados por agentes militares.
Aos cinco anos de idade, Janaína e seu irmão Edson, com apenas 4 anos, foram conduzidos ao Doi-Codi em São Paulo no início de 1973. O objetivo era testemunhar a tortura infligida à sua mãe, Maria Amélia de Almeida Teles, conhecida como Amelinha, durante as sessões comandadas pelo então major Carlos Alberto Brilhante Ustra, o chefe da repressão naquela época.
Em diversos relatos, Amelinha descreve que Ustra era o responsável por liderar as sessões de tortura. Ela conta que, no primeiro encontro com ele, logo após ser presa, no pátio, dirigiu-se a Ustra e recebeu um golpe pelas costas, conhecido como “safanão”, na presença de vários outros agentes que posteriormente a torturaram. Esse incidente foi visto como um sinal para que ela fosse submetida a essas violações, conforme relata Amelinha.
Em 2008, a Justiça julgou e reconheceu Ustra como torturador. A ação, movida pela família Teles, tinha como objetivo obter um reconhecimento oficial de que o militar era responsável por atos de tortura durante o período conhecido como anos de chumbo.
Ustra recorreu da decisão, mas em 2014 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a sentença favorável à família Teles, confirmando o reconhecimento de Ustra como torturador.
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