Geraldo Alckmin, do PSB e atual vice-presidente da República, planeja eliminar o cargo de ajudante de ordens da Vice-Presidência, que atualmente é ocupado por militares. A intenção é reduzir ainda mais a estrutura do gabinete, que já foi reduzida em 40% desde sua posse, e diminuir o número de militares envolvidos.
Porém, Alckmin pretende manter apenas um representante de cada Força Armada no gabinete para lidar com questões logísticas, especialmente relacionadas a deslocamentos.
Na prática, ainda assim, o vice-presidente conta com a assistência de um auxiliar. Ele trouxe da cidade de São Paulo o capitão da Polícia Militar Pedro Lamoso Júnior, que o acompanha desde seus tempos como governador. Atualmente, Lamoso ocupa o cargo de assessor especial.
Desde que assumiu, Alckmin tem buscado reduzir a equipe da Vice-Presidência. Como também ocupa o cargo de MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), alguns cargos acabam se sobrepondo.
Além disso, o vice-presidente herdou uma estrutura fortemente militarizada de seu antecessor, o atual senador Hamilton Mourão, do Republicanos-RS. Desde janeiro, já ocorreram 11 exonerações de militares do gabinete.
O cargo de ajudante de ordens é designado para fornecer assistência imediata aos líderes. Normalmente, é ocupado por militares que têm responsabilidades como atender telefonemas, transmitir recados e organizar agendas.
Na gestão de Jair Bolsonaro, por exemplo, o coronel Mauro Cid recebia críticas por restringir o acesso ao presidente. Atualmente, ele é alvo de investigações, incluindo uma relacionada à adulteração do cartão de vacina do ex-presidente.
Em contrapartida, devido à proximidade com os líderes, esse cargo pode impulsionar a carreira. O atual comandante do Exército, Tomás Paiva, foi ajudante de ordens do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.