O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) se prepara para voltar à arena política. Após quase oito meses fora do debate público, o pedetista se convenceu que o seu próximo papel será de porta-voz da oposição ao terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diante deste cenário, Ciro poderá abocanhar uma fatia do polo bolsonarista radical e antilulista, que se concentra especialmente em setores da classe média. No Ceará, o pedetista aprofundou suas divergências com o PT e se distanciou politicamente do seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT).
Nos bastidores da política cearense, a avaliação é que provavelmente Ciro Gomes mantenha um canal de diálogo com o deputado federal André Fernandes (PL) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL), ambos porta-vozes do bolsonarismo no Ceará.
Além deles, o ex-governador também pode construir pontes na esfera nacional com o presidente nacional do PP e ex-ministro de Bolsonaro, senador Ciro Nogueira (PI), e com o atual presidente do PSDB, Eduardo Leite.
Vale lembrar que o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), aliado de Ciro Gomes, já formalizou uma aliança administrativa com o dirigente do PL cearense, Acilon Gonçalves.
Tanto é que o prefeito da capital nomeou políticos ligados ao PL para cargos na gestão. Mas é justo dizer que isso não significa necessariamente uma aliança de Sarto com os bolsonaristas, pois Acilon é um dirigente de perfil moderado, pragmático e governista.
Nos próximos meses, Ciro deve voltar a alimentar suas redes sociais, só que com conteúdos divergentes as medidas econômicas e sociais do governo Lula 3, e que muito provavelmente sejam compartilhados pelas bolhas da extrema-direita. Daqui pra frente, o pedetista pode manter um “bom relacionamento” social com esse campo.