O governo de São Paulo foi sentenciado pela Justiça a compensar com uma quantia de R$ 50 mil, por danos morais, um ex-aluno que atualmente exerce a profissão de advogado. Segundo a Folha, ele foi detido e submetido a torturas durante o regime militar em 1968.
Vlademir Salomão do Amarante, atualmente com 77 anos, foi um dos aproximadamente 700 indivíduos detidos durante o 30º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 12 de outubro de 1968. A prisão ocorreu no sítio Murundu, localizado na cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo.
Naquela ocasião, Vlademir Salomão do Amarante tinha 22 anos e participava do congresso como representante da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina.
No processo movido contra o Estado, Amarante relatou que foi detido pelo Dops-SP (Departamento de Ordem Política e Social) e levado para Florianópolis, em Santa Catarina. Ele permaneceu na prisão por 24 dias, durante os quais sofreu torturas. Além disso, devido à acusação criminal, ele também perdeu seu emprego no hospital onde trabalhava.
Na decisão proferida na última segunda-feira (5), o desembargador Maurício Fiorito, responsável por relatar o processo, afirmou que a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça já reconheceu que Vlademir Salomão do Amarante foi vítima de “arbitrariedades” durante o período da ditadura.
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