Rui Costa enfrenta pressões e críticas internas na Casa Civil, que é o principal cargo do Palácio do Planalto, por motivos distintos. Deputados do PT e do Centrão têm apoiado nos bastidores a substituição de Costa pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, seria indicado para assumir o cargo de Costa na Casa Civil, em vez de ocupar a diretoria do Banco Central, para a qual já havia sido indicado pelo governo.
Já para os parlamentares do PT, a insatisfação decorre da possível redução do Fundo Constitucional, que é o valor repassado pela União ao Distrito Federal para remunerar os funcionários da segurança pública, devido ao novo arcabouço fiscal proposto pelo governo para equilibrar as contas públicas.
Por sua vez, o governo acredita que a razão real por trás dos ataques a Rui Costa é sua declaração de que Brasília é uma “ilha da fantasia”. O ministro explicou ao blog que sua afirmação não se referia à cidade em si, mas sim ao núcleo de poder e à condução política.
No caso dos integrantes do Centrão, o descontentamento se deve à articulação política em geral, que o grupo considera ineficaz. Essa visão é compartilhada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dos líderes do Centrão.
Recentemente, Lula recebeu a sugestão de substituir Rui Costa na Casa Civil, mas a rejeitou. Para o presidente da República, Costa é trabalhador e leal. Lula reafirmou que tanto Costa quanto Haddad permanecerão em seus cargos, enquanto Galípolo assumirá o Banco Central. Demonstrando seu prestígio junto ao chefe, Rui Costa está acompanhando Lula em uma viagem a Pernambuco nesta quarta-feira (7).
Segundo fontes do governo consultadas pelo blog de Andréia Sadi, assim como outros presidentes, Lula não toma decisões sob pressão. Quanto mais tentarem remover Costa, maior será a determinação do presidente em mantê-lo. Caso uma reforma ministerial seja realizada, assessores avaliam que não ocorrerá em meio a pressões do Congresso.