“Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender!”, disse o parlamentar. Amauri Ribeiro é conhecido pelos seus posicionamentos à extrema direita e favoráveis a Jair Bolsonaro.
O deputado estadual bolsonarista Amauri Ribeiro (União Brasil-GO) assumiu que financiou parte dos acampamentos golpistas que abrigava os terroristas do dia 8 de janeiro. A afirmação foi feita no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta terça-feira (6).
O deputado respondeu a uma declaração de Mauro Rubem (PT-GO), que questionou a origem dos financiamentos dos atos antidemocráticos que destruíram as sedes dos três poderes. “O dinheiro não veio de fora”, disse ele. “Veio de gente que acredita nesta nação e que defende este país, mas não concorda com o governo corrupto e bandido”.
No momento da fala na tribuna, Amauri Ribeiro criticava a prisão do tenente-coronel e ex-comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), Benito Franco. O coronel foi preso em abril, durante a Operação Lesa Pátria, que investiga os patrocinadores, participantes e organizadores dos atos golpistas de janeiro.
“A prisão do Coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem neste estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender! Eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro. Eu acompanhei lá e também fiquei na porta porque sou patriota”, disse o deputado.
Veja o vídeo na íntegra (1h37m30s)
O deputado
Amauri Ribeiro é conhecido por posicionamentos de extrema direita e por estar sempre chapéu, sua marca. Na ocasião, ele defende Benito Franco, preso pela Polícia Federal (PF) – em uma das publicações do militar nas redes sociais, compara uma fala do ministro da Justiça, Flávio Dino, a um discurso de Hitler.
Não é a primeira vez do parlamentar na mídia envolvido em polêmicas. Segundo o jornal O Tempo, ele já foi investigado por espancar a filha adolescente, dizer que uma vereadora merecia receber um “tiro na cara”, e trocou socos com um adversário político no meio da rua, em Piracanjuba (GO).
Em outubro de 2022, no período eleitoral, o deputado afirmou estar “apto a liderar uma guerrilha” caso o Lula ganhasse as eleições para presidente.
“Deixa eu te falar: se o seu presidente [Lula] ganhar, vai acontecer uma guerra civil no país e eu sou reservista. E se eu for convocado, eu vou para a rua e vou empunhar uma arma”, declarou.