Ainda no auge da crise envolvendo a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e setores do governo federal, fontes próximas do Planalto afirmaram para esta coluna (ver aqui) que o risco da ministra abandonar o governo era baixíssimo.
Segundo essas fontes, Marina era amplamente defendida pela maioria dos parlamentares da bancada governista. Na ocasião, elas também afirmaram: “Ela [Marina] e [Sonia] Guajajara são da elite do governo”.
E esse “status” das ministras tem um motivo: o objetivo principal do governo é colocar o Brasil como a principal potência em economia e investimento verde no mundo.
O investimento verde é uma forma que o governo encontrou de conseguir, no curto e médio prazo, aplicar recursos financeiros em projetos que contribuam para a preservação ou recuperação do meio ambiente, gerando benefícios sociais e econômicos. O investimento verde pode envolver, por exemplo, energias renováveis, eficiência energética, agricultura orgânica, reflorestamento, gestão de resíduos, transporte sustentável, entre outros.
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Para o presidente Lula, o investimento verde é uma estratégia essencial para o desenvolvimento sustentável do Brasil e uma espécie de compensação, já que a reindustrialização do Brasil não virá tão cedo e pode muito bem ser feita não só em paralelo, como também em conjunto com essa agenda. Em seu terceiro mandato, Lula tem buscado fortalecer o papel do Brasil como líder global na agenda ambiental, participando de fóruns internacionais e firmando parcerias com outros países e organizações.
Na avaliação desses interlocutores, com essas medidas, Lula espera não só cumprir as metas nacionais e internacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável do Brasil. Para Lula, o investimento verde é uma oportunidade de aliar desenvolvimento e meio ambiente, gerando riqueza e bem-estar para as presentes e futuras gerações.
Ainda na campanha eleitoral, duas áreas eram muito citadas: a de produtos ligados à biodiversidade, o que poderia ajudar o desenvolvimento da região amazônica, e o agronegócio, com recuperação de áreas degradadas e transformação para uma agropecuária de baixo carbono. O foco da campanha foi tanto que buscou-se, na ocasião, até mesmo economistas que ajudassem o petista a elaborar uma proposta de guinada verde, então especulada reforma tributária.