Ainda na manhã desta segunda-feira, 5, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a fazer duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O pepista centrou fogo especificamente ao Ministério das Relações Institucionais, de Alexandre Padilha (PT), e a Casa Civil, de Rui Costa (PT).
Lira disse que o governo precisa firmar sua base no Congresso e lembrou que os parlamentares independentes e até de oposição têm votado “republicanamente” em matérias de interesse do governo. Porém, segundo Lira, o “combustível está findando”.
As declarações foram dadas durante entrevista a CNN Brasil. Como se sabe, Lira se encontrou com o presidente na manhã de hoje.
“Ontem recebi uma ligação do presidente para tomarmos um café da manhã hoje, para colocarmos os assuntos em dia e tratarmos do que vem se discutindo, que é uma arrumação mais efetiva da base do governo na Câmara dos Deputados e no Senado, tratarmos das matérias importantes que estarão em discussão ainda nesse primeiro semestre”.
Ainda na entrevista, o presidente da Câmara declarou que o governo já marcou uma conversa com líderes partidários para arrumar a articulação política, “para que a gente saia dessa situação de estarmos nessas indefinições em relação ao tamanho e a quantos partidos integram a base”.
“O presidente está se movimentando, e é importante que ele se movimente, em detrimento de tudo que se é dito, das dificuldades da articulação e as críticas que são feitas. O governo tem hoje uma noção exata de quais são essas dificuldades para que a gente possa ter um encaminhamento para que as matérias possam ser discutidas com tranquilidade”, alegou Lira.
“O presidente da Câmara é um facilitador dessas matérias. A gente tem feito isso. O governo na nossa gestão não perdeu nenhuma matéria importante, não teve nenhum sobressalto”, lembra.
“O Congresso não é um Congresso progressista, de esquerda. É um Congresso reformador, liberal, conservador, que tem posicionamentos próprios. Sabemos hoje que a dinâmica é outra. Através das redes sociais os parlamentares sofrem influência direta de seus eleitores. A realidade fática de um Congresso de hoje não é igual a de um Congresso de 20 anos atrás. E o governo precisa se mobilizar, a articulação precisa estar mais atenta e eu penso que o governo vai a partir de hoje, com a presença e a participação do presidente Lula, ter uma participação mais efetiva na construção dessa base mais sólida”, completou.