Em discurso, Lula e Marina Silva reforçam a necessidade de preservação do meio ambiente, além de anunciar medidas para garantir a segurança dos territórios indígenas e da Amazônia.
O presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lançaram uma nova fase do plano contra o desmatamento na Amazônia nesta segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente.
A plateia aplaudiu de pé as medidas anunciadas durante o evento no Palácio do Planalto. Representantes dos povos indígenas, extrativistas e ambientalistas comemoram as ações de segurança ao meio ambiente e povos originários, uma semana após as derrotas sofridas no Congresso Nacional.
A cerimônia também foi uma homenagem às famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips, assassinados há exatamente um ano no Vale do Javari, no Amazonas.
As medidas anunciadas no plano interministerial combatem crimes cometidos na Amazônia, como grilagem de terras públicas, atividades ilegais de garimpo, extração de madeira, mineração, caça e pesca em territórios indígenas e áreas de proteção ambiental do bioma.
“Esses crimes que degradam o meio ambiente são alimentados e, ao mesmo tempo, alimentam um verdadeiro ecossistema criminal. É o tráfico de drogas, de armas e de pessoas, a lavagem de dinheiro, o trabalho escravo, os assassinatos por encomenda e a exploração sexual de crianças e adolescentes”, disse Lula, durante o discurso no evento.
A ação, chamada de Plano Amazônia: Preservação e Soberania, define quatro eixos com doze objetivos distintos que buscam assegurar a segurança do local. O presidente citou a criação da Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança Pública, a instalação de bases fluviais e terrestres que fortalecem os serviços de segurança pública na região, construções e reformas de postos policiais, quartéis e delegacias em pontos estratégicos.
Outros pontos mencionados incluem a ampliação e modernização de diversos meios e infraestruturas de órgãos da Amazônia Legal, para priorizar o controle e a segurança na área.
“A mensagem que estamos passando aos criminosos e ao mundo é muito clara: tolerância zero com a devastação de nosso meio ambiente. Total proteção aos povos indígenas, inclusive com o uso da força quando necessário, e a demarcação do maior número possível de seus territórios”, disse o presidente.
A meta do programa é zerar o desmatamento até 2030, reeditando a fórmula criada em 2004, no primeiro mandato de Lula. Ele reforça a importância de preservar o meio ambiente e cobra a participação de países estrangeiros.
“Levar a proteção socioambiental e a questão da mudança do clima ao centro das atividades e prioridades do governo vai além de ser um compromisso ético e civilizatório.”, disse a ministra Marina Silva. “É, também, o maior trunfo que o Brasil dispõe para se inserir no mundo, atrair investimentos, gerar empregos e voltar a ser protagonista na solução dos grandes desafios globais. É esse o caminho que nos leva a entrar no século XXI pela porta da frente.”
Além disso, Lula lamentou a morte dos ambientalistas Bruno e Dom.
“Bruno e Dom mereciam e deveriam estar aqui hoje. A melhor maneira de honrá-los é garantir que sua luta não tenha sido em vão. Hoje, o mundo voltou a olhar o Brasil com esperança. Nossa responsabilidade é imensa. Nesse Dia do Meio Ambiente, e atendendo principalmente o apelo dos jovens, reafirmo compromisso do meu governo em atuar firmemente no enfrentamento à mudança do clima. Voltamos ao cenário mundial também na agenda climática”, afirmou o presidente.