Governador passou a elogiar o Nordeste e minimizar as próprias falas ao ser acusado de discriminação entre sexta (2) e sábado (3).
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse ter sido “mal interpretado” após dizer que os estados do Sul e Sudeste são a “solução do Brasil”. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (2), e a justificativa um dia depois, no sábado (3).
Foi durante o encontro do Consórcio Sul e Sudeste, em Belo Horizonte, que o governador afirmou que os dois estados são ‘a solução do país, pois têm mais trabalhadores do que beneficiários de programas sociais’. No dia seguinte ele disse não ter escolhido bem as palavras, pois isso foi ‘mal interpretado’.
Ao longo das últimas horas, Zema é acusado de preconceito de classe e xenofobia contra as pessoas de outras regiões do Brasil, mas se defende e pede desculpas, minimizando as declarações.
“Talvez por não utilizar as palavras adequadas, fui mal interpretado. As pessoas recebem auxílio por não terem emprego. O auxílio é importante em momento de pandemia, recessão”, diz o político.
“[Quem ouvir novamente] Vai ver que aquilo que eu quis dizer, e se fui mal interpretado eu peço desculpas, é que nós, governadores do Sul e Sudeste, acreditamos, temos convicção de que o melhor programa social é a geração de empregos”, alegou.
Ainda se justificando, o governador passou a elogiar o Nordeste, ao lado de outros políticos, como Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, Tarcísio de Freitas, São Paulo, Ratinho Jr., Paraná, Eduardo Leite, Rio Grande do Sul, Renato Casagrande, Espírito Santo e Jorginho Melo, Santa Catarina.
“Estamos hoje aqui, governadores do Sul e Sudeste, nos espelhando nos governadores do Nordeste, que trabalham unidos. O nordeste para nós, temos que lembrar aqui, está sendo um exemplo”, disse.
A declaração
Nas palavras de Zema, durante o evento, “[o Sul e Sudeste] são estados onde, diferente da grande maioria [do país], há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial. Onde há setor produtivo muito mais dinâmico. Então, com toda certeza, boa parte da solução do Brasil passa por esses sete estados”, afirmou.
O político ainda negou a existência de “soluções milagrosas” para o funcionamento dos estados e afirmou que apenas “o trabalho funciona”, sem se estender sobre o argumento.
“E muitos que não dão certo ficam reclamando que precisam de mais. Em vez de seguir os bons exemplos, ficam sempre pedindo mais recursos. É algo muito comum, tanto no privado, em que eu já trabalhei, quanto no público”, concluiu o governador.