Essa semana, durante uma entrevista ao jornalista Guilherme Amado, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) afirmou que o governo precisa melhorar o diálogo com os evangélicos.
“O Lula sempre teve sensibilidade com os evangélicos no Brasil. Mas infelizmente, ainda falta ao seu entorno um olhar muito mais amplo. Faço parte da base do governo e precisamos ser transparentes. É necessário melhorar ainda mais o diálogo. Os evangélicos representam 40% da população brasileira”, afirmou a senadora.
Alguns dias após essa declaração, Lula solicitou que a senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, trabalhe em conjunto com a Casa Civil na elaboração de uma proposta de emenda à Constituição com o objetivo de ampliar as isenções tributárias das instituições religiosas.
Do lado do governo, aqueles que defendem a medida justificam que isso é uma estratégia para se aproximar dos eleitores e parlamentares evangélicos. No entanto, isso é um equívoco.
A bancada evangélica votou e apoiou fervorosamente um programa de governo extremamente oposto ao que foi eleito, e até hoje não deixam de fazer oposição ao presidente Lula e a qualquer concepção de mundo mais progressista que defenda os direitos de diversos segmentos da sociedade.
Além disso, o que mais será isento considerando a vasta quantidade de impostos que as instituições religiosas não pagam neste país? Praticamente nada.
A concessão de mais isenções e privilégios só irá solidificar o que já acontece no país. Atualmente, o Brasil funciona praticamente como um programa de transferência de renda dos contribuintes diretamente para o bolso de pastores e outras lideranças religiosas cristãs.
E em relação à questão de angariar a simpatia dos fiéis e afastá-los do extremismo? Mais um equívoco!
O crescimento e a expansão das denominações evangélicas pelo país ocorreram de forma semelhante à expansão do crime organizado: devido à ausência do Estado em diversas cidades e comunidades.
Se há falta de ação do Estado para afastar as pessoas do crime, da fome, da miséria e até da violência, sempre haverá algum pastor ou líder religioso ocupando esse vazio. Se o governo está preocupado em aumentar sua aceitação entre o eleitorado evangélico, dificilmente conseguirá fazê-lo através de uma “transferência de renda” para pastores.
Isso só pode ser alcançado por meio de políticas públicas, presença do Estado por meio de serviços públicos, ações sociais e melhoria socioeconômica.
A era das soluções simples e equivocadas para questões complexas precisa ficar no governo passado.
Fábio
05/06/2023 - 15h14
Precisamos fazer uma campanha séria contra isso, ainda mais quando sabemos que só beneficia mercadores da fé e/ou instituições que estão mais preocupadas com o poder terreno.
laucidio ROSA DA SILVA
05/06/2023 - 10h18
Um absurdo igreja hoje e um amontoado de interesse de políticos, DEUS esta em ultimo lugar, o que tem de pastor vivendo as custas da fé das pessoas pois não trabalham e vivem a sugar o s minguados recursos dos pobres, para isso amedrontam dizendo que se não der dinheiro vai ser pegador etc ou vão me dizer que e mentira?????
Paulo
04/06/2023 - 23h09
Lula lança o laço. Cai quem quer. Paga de preocupado com a liberdade de culto porque sabe do poder dessas seitas de boicotar tudo o que ele propõe em termos ditos progressistas, que já é muito e se espalha pela sociedade com um câncer, corroendo a família e o ideal cristão…A isenção fiscal, como observado pelo articulista, já é praticamente total, e, assim, o Governo quase nada perde, além do que já se perdeu até aqui, e, eventualmente, ganha a simpatia dos pastores…
Max Antifa
04/06/2023 - 16h17
Igrejas que não passam de organizações criminosas fascistas, corruptas, estelionatárias, lesa-pátrias.
EdsonLuíz.
04/06/2023 - 15h12
Tributar a prestação de serviço de natureza estriramente religiosa, tributar o rito religioso, não faz sentido e o rito religioso, mais que gozar de isenção, deve gozar de imunidade tributária.
Para além disso, as organizações religiosas devem estar submetidas a todas as obrigações tributárias que as organizações industriais, comerciais e de serviço. Mesmo as obrigações trabalhistas, pela repercussão que a aposentadoria de seus beneficiados terão futuramente no orçamento público, devem ser assumidas pelas organizações religiosas.