População da cidade do Norte de Minas respira aliviada depois que o governo recuou da intenção de extinguir a Fundação Caio Martins.
Publicado em 02/06/2023 – 19h21
ALMG — Esta sexta-feira (2/6/23) foi dia de festa em Juvenília, no extremo Norte de Minas. A cidade recebeu com festa a presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputada Beatriz Cerqueira (PT), para agradecer a manutenção da Fundação Educacional Caio Martins (Fucam).
A Fucam quase foi extinta pelo Governo do Estado. O governador Romeu Zema apresentou o Projeto de Lei (PL) 359/23 para transferir suas competências para a Secretaria de Estado de Educação e seus imóveis para o patrimônio estadual.
Mas, após a pressão dos deputados da oposição, o governo recuou de sua intenção original e o projeto foi aprovado apenas com a transferência de cargos em comissão da Fucam para a Secretaria de Estado de Governo.
A continuidade da Fucam foi comemorada em Juvenília, cidade cuja história se confunde com a da instituição. O centro educacional fundado em 1953 na margem direita do Rio Carinhanha, na divisa de Minas Gerais com a Bahia, deu origem ao povoado de Bom Sucesso, que, em 1995, viria a se tornar o município de Juvenília.
Nesse centro educacional, funciona a Escola Estadual Coronel Almeida, onde estudam 243 alunos do ensino fundamental. Também são oferecidas oficinas de música e de práticas esportivas.
Denise Lopo de Souza, de 14 anos, destaca que a Fucam é um ambiente familiar porque seus pais também estudaram ali. “Passei nove anos da minha vida aqui, e esse tempo vai ficar marcado para sempre na minha vida. Eu gostaria que outras pessoas tivessem a oportunidade que eu tive”, conta a menina, que está no 9º ano.
Luane Ester dos Santos, também de 14 anos, diz que não consegue imaginar como seria sua vida se não tivesse estudado na Fucam. Quando ficou sabendo da intenção do governo de extinguir a fundação, ela conta que ficou em estado de choque, mas agora respira aliviada. “Estudar na Fucam é o máximo. Eu queria ficar aqui para sempre”, afirma.
O professor Manoel Messias da Silva estudou e trabalhou na Fucam e seus três filhos passaram pela instituição – as duas mais velhas já estão na faculdade. Ele conta que os últimos dias foram angustiantes para todos os moradores de Juvenília. “A gente respira Fucam. Eu e minha família somos frutos disso aqui”, diz.
Para Manoel, o sentimento agora é de alívio. “A gente agora pode voltar a sonhar com dias melhores”, conta. Na sua avaliação, suas filhas não teriam tido condição de entrar na universidade sem a formação oferecida pela Fucam. Uma delas estuda Jornalismo e a outra é aluna de Ciências Sociais. “Elas tiveram uma educação de qualidade aqui”, diz.
Fazenda subutilizada requer investimentos do governo
Mas nem tudo são flores na Fucam. A deputada Beatriz Cerqueira também conheceu a situação de abandono da Fazenda Cantinho, uma das duas propriedades rurais que pertencem à instituição em Juvenília.
A área de 105 hectares está subutilizada. Lá, já foram oferecidos cursos de apicultura, inseminação artificial de vacas, processamento de frutas e agricultura orgânica, mas as atividades de ensino foram interrompidas.
Em uma área irrigada de dez hectares, já foram produzidas sementes de milho crioulo, mas a produção também foi paralisada. Um antigo galpão habitado por morcegos já foi uma oficina de marcenaria no passado.
Atualmente a fazenda produz apenas mel em seu apiário e hortaliças orgânicas, em um projeto em parceria com a Emater-MG.
Deputada defende fortalecimento da Fucam
Para a deputada Beatriz Cerqueira, a visita foi importante para mostrar a importância da Fucam e para buscar o seu fortalecimento. “O Governo do Estado parou de investir na Fucam, que tem projetos importantíssimos. É preciso investir mais, para termos mais perspectivas de formação profissional para a juventude”, defende.
A parlamentar também comenta o esforço dos deputados da oposição para fazer o governo recuar de sua intenção de extinguir a Fucam. “Nossa vitória, em um primeiro momento, parecia impossível. Mas se tornou possível porque o governo desistiu, e nós não desistimos. Nós vencemos e a Fucam fica!”, comemora.
Fundada em 1948, a Fucam oferece a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social educação básica e atividades de formação voltadas para a redução da pobreza no campo.
Seus centros educacionais estão localizados em Esmeraldas (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Riachinho (Noroeste de Minas) e outras quatro cidades do Norte de Minas: Buritizeiro, São Francisco, Januária e Juvenília.
Alexandre Neres
03/06/2023 - 11h36
Não esperava que Poliana pudesse passar tamanho recibo.
Obrigado, senhor Edson Luís Pianca!
Pra se ter uma ideia, inúmeros comentaristas da GloboNews como Julia Duailibi, Otávio Guedes, até Leilane Neubarth, entre outros, ficaram estarrecidos com o comentário preconceituoso, com a bolsonarice de Zema.
Não requer nem argumentos para contrapô-lo.
A visão de mundo desse senhor já está escancarada, não há nada a ser dito. O pior cego é aquele que não quer ver.
O cuecão borrado só pode estar de pianca mole!
Fábio
03/06/2023 - 10h07
A função desses caras é potencializar a acumulação de capital. Eles tiram das comunidades e repassam para a iniciativa privada. Assim empresários como o próprio governador aumentam seu capital.
EdsonLuíz.
03/06/2023 - 07h47
Não li nenhuma declaração do governador Romeu Zema sobre como ele vê o papel que deve ter os Estados brasileiros mais ricos na solução de nossas mazelas. Mas, a julgar pelo que estou lendo aqui, não vejo no que leio nenhum preconceito.
Nada nessas declarações de Romeu Zema como ditas aqui refletem preconceito. Refletem, sim, uma realidade mais difícil que têm Estados brasileiros mais pobres e suas populações, mais necessitadas que são de ajuda governamental.
Como alguém pode ver preconceito onde preoconceito não há?
Por acaso Estados mais ricos, com uma economia mais especializada e com capital humano tecnicamente mais preparado não têm mesmo maior potencial para contribuir na solução de problemas econômicos?
E estes Estados não precisam mesmo assumir certas responsabilidades que Estados mais fracos ainda não podem?
O governador Romeu Zema pode ser portador de preconceitos? Claro que pode! Todos nós podemos ter preconceitos. Um exemplo de preconceitos que podemos ter é este preconceito deste petista-perseguidor, o Alexandre Neres, que persegue todos aqueles por quem ele sente ódio porque o contrariam:: o que ele apresenta contra Romeu Zema aqui é preconceito ideológico. Afinal, em Minas Gerais Romeu Zema virou governador de um Estado rico, mas que estava falido em muito devido a gestões desastradas do PT, e Romeu Zema está conseguindo arrumar novamente o Estado de Minas Gerais.
E, veja, preconceito ideológico é uma misturinha tão explosiva que emburece e cega a ponto de o sujeito delirar e ver o que não há para ser visto, a ponto de ver preconceito onde só há realidade e consciência.
O governador Zema pode ter preconceitos, como eu posso, como você pode e esse petista imbecil não só pode ter preconceito como realmente mostrou que tem preconceito:: no caso, o petista mostra preconceito ideológico contra o governador, por Romeu Zema ser ideologicamente assumido como de direita, quando este petista, por ignorância de formação política, ser de fato um adepto de populismos que ele pensa ser “de esquerda” por o PT defender ditaduras e ele pensa que defender ditaduras é “ser de esquerda”. E para se sentir “mais de esquerda” ele tempera suas falas e ideias com péssima retórica extremista fundamentalista e preconceituosa contra aqueles por quem ele se sente contrariado.
Romeu Zema pode ter muitos preconceitos, como todos temos e achamos que não, e um de seus preconceitos pode até ser mesmo com nordestinos, o que eu nunca vi ele fazer. Mas essas falas alegadas como preconceituosas, nelas preconceito não há.
Alexandre Neres
02/06/2023 - 22h44
Quero manifestar meu profundo repúdio ao Governador Zema. Trata-se de um traste, de um esperto que se finge de matuto cuja especialidade (e das suas empresas) é aplicar golpe nos outros. Um bolsonarista avant la lettre. Não há como qualquer progressista passar pano para um rato preconceituoso do Partido Novo, o que pode ser até um pleonasmo. Eis a pérola indefensável do ser humano medíocre: “Se tem estados que podem contribuir para esse país dar certo eu diria que são esses sete aqui. São estados onde, diferente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial. São estados onde há um setor produtivo muito mais dinâmico, então com toda a certeza boa parte da solução do Brasil passa por esses sete estados aqui”.
Só pra contextualizar, o discurso de Zema aconteceu na abertura da 8ª Edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em Belo Horizonte. O evento contou com todos os governadores das regiões Sul e Sudeste do país.
Compreendo que alguns se sintam agraciados com tal retórica infame, de extrema-direita, permeada de preconceito, chamando o povo das outras regiões do país de vagabundo com base em fake news, haja vista que exaltou não só Santa Catarina como a Santa Catarina do Sudeste.