Os políticos se reuniram após a operação da PF que investiga aliados de Lira.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira, na residência oficial da Casa nesta quinta-feira (1). O encontro aconteceu após a operação da Polícia Federal de cumprir mandados em endereços de pessoas ligadas a Lira.
A investigação da PF é sobre a suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de equipamentos de robótica com dinheiro do governo em cidades do Alagoas, estado de Lira.
Segundo a apuração do g1, Lira pediu informações e Dino comunicou o que já era de conhecimento público. “Falei o óbvio: ordem judicial. Sou senador, ele é o presidente da Câmara. Anormal se eu tivesse ido lá antes da operação policial, o que jamais ocorreria”, disse Dino ao portal.
Lira afirmou em entrevista ao Estúdio i que não se sente atingido ou pressionado pela operação. “Cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse.
O assessor da liderança do PP na Câmara em 2017, Luciano Ferreira Cavalcante, era um dos alvos da operação. Antes de ocupar o lugar que pertencia a Lira, Cavalcante foi funcionário do pai dele, o ex-senador Benedito de Lira (PP-AL).
A investigação da PF ocorre em um momento difícil para o governo Lula na Câmara dos Deputados. Lira reclama da articulação do executivo para aprovar matérias na casa e os interesses de ambos não andam se coincidindo. Após a aprovação da MP dos ministérios, que aconteceu no último momento antes de perder a validade, na noite de quarta-feira (31), Lira informou que haverá dificuldade na aprovação de outras pautas governistas. “Daqui para frente, o governo vai ter que andar com suas pernas”, afirmou.
Ainda em entrevista ao Estúdio i, o presidente da Câmara defendeu que o governo aumente o espaço para partidos na Esplanada dos Ministérios. Como argumento, Lira cita o fato de Lula ter nomeado pastas ao MDB, PSD e União Brasil, e que isso poderia acontecer com outros partidos para ampliar a base parlamentar.