A Justiça da Paraíba emitiu um mandado de prisão para Otalício de Sousa Abreu, que está atualmente foragido. Ele é apontado pela polícia como o responsável pelo assassinato de seu próprio primo, o agricultor Edvan de Sousa Abreu, ocorrido na madrugada do último sábado em um sítio onde ambos residiam, na zona rural de São João do Rio do Peixe, município do interior paraibano. Otacílio, conhecido como Leandro na região, manifestava apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Edvan era bolsonarista. As investigações sugerem que o crime surgiu de uma discussão motivada por questões políticas.
Segundo o delegado Francisco Filho, encarregado do caso, as desavenças entre os primos tiveram início no ano passado, durante o período eleitoral. Na ocasião, eles chegaram a fazer uma aposta sobre o resultado do pleito, e, após a derrota de Jair Bolsonaro, Leandro pagou R$ 1 mil a Edvan. Informações obtidas pela Polícia Militar no local do crime indicam que o acusado se queixou de ter sido zombado pela vítima por ter perdido a aposta.
Na madrugada do último sábado (27), os parentes voltaram a discutir a questão em um bar próximo ao sítio onde moravam e trabalhavam. A Polícia Militar foi acionada por volta das 2h. “Após uma breve discussão sobre política, Leandro foi para sua residência, retornou armado e efetuou vários disparos contra Edvan”, detalha o delegado Francisco Filho.
Edvan de Sousa Abreu não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. Leandro fugiu da cena do crime e permanece como fugitivo. O delegado responsável afirma que o caso está sendo tratado como homicídio com motivação política, sem outras linhas de investigação até o momento.
Desde as eleições, foram registrados crimes com motivação política em diversos estados do país. Em Belo Horizonte, no dia da vitória de Lula, duas pessoas foram mortas. Atualmente, Ruan Nilton da Luz está sendo processado pelo duplo homicídio. O suspeito disparou contra cinco pessoas, resultando na morte do advogado Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, e da menina Luana Rafaela Oliveira Barcelos, de apenas 12 anos. A violência desse ato chocou a comunidade local.